segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sarau poesia das ruas na Bienal do livro de SP



A literatura da periferia invadiu a Bienal do Livro de São Paulo (por André Luiz santana)
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A literatura produzida nas periferias brasileiras invadiu a Bienal do Livro de São Paulo e a porta de entrada foi o estande da Bahia, uma parceria entre a Câmara Bahiana do Livro e a Secretaria Estadual de Cultura, através da Fundação Pedro Calmon. Quem visitou a maior feira literária do país, neste sábado, 21, teve a oportunidade de conhecer um pouco da música e da poesia que tem movimentado as comunidades periféricas do país, através de saraus, encontros literários e shows de RAP.
O Sarau Poesia das Ruas reuniu no estande da Bahia na 21º Bienal do Livro de São Paulo, os ativistas literários: Nelson Maca, do Blackitude da Bahia, Sergio Vaz, da Cooperifa de São Paulo e o rapper Gog, do movimento Hip Hop de Brasília. Gog, conhecido como O Poeta do Rap, é membro do Conselho Nacional de Políticas Públicas e um reconhecido militante pelas causas sociais.
O rapper elogiou a iniciativa do estande da Bahia de trazer à Bienal os livros baianos. “É convergente com o que fazemos no Hip Hop. É preciso mostrar que a periferia da Bahia, por mais criativa que seja na música e no Carnaval. É também na literatura”.
Gog falou aos presentes um pouco da sua trajetória como jovem da periferia de Brasília e buscou participação do público para cantar alguns dos seus RAPs, como o Brasil com P, cujo trecho inicial diz: Pesquisa publicada prova / Preferencialmente preto / Pobre prostituta pra polícia prender / Pare pense por quê? / Prossigo / Pelas periferias praticam perversidades parceiros / Pm's / Pelos palanques políticos prometem prometem / Pura palhaçada / Proveito próprio / Praias programas piscinas palmas / Pra periferia / Pânico pólvora pa pa pa
Quarenta e oito de Gog foram organizadas pelo professor Nelson Maca e formam o livro A rima denuncia, que será lançado dia 25 de agosto em Brasília. “Convidamos o ativista e poeta baiano Hamilton Borges para fazer a orelha. Eu faço também um comentário crítico sobre as canções de Gog. Queremos lançar o livro também em Salvador”, disse Nelson Maca, que com o coletivo Blackitude realiza dois saraus semanais em Salvador: o Bem Black, às quartas-feiras, no Sankofa Bar, Pelourinho, e o Bem Legal, com jovens e crianças, na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, em Nazaré. “É um momento histórico para a literatura da periferia”, definiu Maca sobre o encontro dos três ativistas na Bienal do Livro de São Paulo.
Durante o sarau, os três poetas apresentaram trechos do livro Colecionador de Pedras, de Sérgio Vaz, publicado pela Editora Periférica. Sérgio Vaz também destacou a importância da vinda dos livros baianos para a Bienal paulista. “Tem que abrir espaço para os escritores novos, emergentes, da periferia, que são tão importantes como os conhecidos. Essa iniciativa dá voz ao que está acontecendo nas comunidades”.
Sérgio Vaz esteve em Salvador, este ano, para participar de atividades na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, organizado pelo Blackitude, em parceria com a Fundação Pedro Calmon. “Fiquei muito feliz com o que vi de movimentação literária, com o sarau do Bleckitude e com as crianças na biblioteca. Isso revela esta intensa produção das periferias”, disse.
O microfone ficou aberto ao público que pode interagir com poesia e música. Além das pessoas que visitavam a Bienal e param para ouvir os três artistas, estiveram presentes ao Sarau escritores, integrantes da Cooperifa e gestores públicos como o assessor para políticas do livro e leitura da Secretaria de Cultura da Bahia, Sergio Rivero e o assessor da Secretaria de Educação da Bahia, Cezar Vieira. “Esse estande super movimentado com rico acervo e boa programação, como esse sarau, revela os esforços do Governo do Estado da Bahia em potencializar nossa produção literária, investindo em todos os agentes da cadeia produtiva do livro e fortalecendo o que já vem sendo feito de estímulo a leitura”, destacou Sérgio Rivero.
Contatos: 11. 8393-4915 – André Luís Santana (jornalista)
11. 5579-6368 / 71. 8118-8691 – Júlio Góes (Câmara Bahiana do Livro)
Fundação Pedro Calmon/SecultBa: 71. 3116-6918 / 6919

Literatura periférica na Bienal do Livro de SP


Poesia

Michel


GOG

2 comentários:

  1. Parabéns poeta.
    Muito carinho e respeito sempre.
    Forte abraço.

    Crônica Mendes

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  2. Esse é um Brasil que o Brasil desconhece
    Esse é um Brasil que orgulha o meu Brasil interno

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