sexta-feira, 30 de julho de 2010

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Brilho
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Enquanto
você se observa parado no lugar
o vento rouba seu tempo,
que perdeu contando passos
que teve medo de dar.
Passa outro em movimento
percebe escura sua noite
e brilha em seu lugar.
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Sérgio Vaz
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Farrapos (gente feliz)
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O homem sorrindo
sobe no morro
acena pra foto
pega no feto
pede o voto.
Desce de costas
esquece o fato
foge da bosta.
chuta o saco
cospe no prato
xinga o feio
bate no fraco,
que bate na bola
bebe cachaça
samba na festa
trepa na ripa
enseba no trapo
que cobre as tripas
de quem dorme em barraco.
Triste fiapo,
canta contente
no fundo do prato
a fome da gente.
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Sérgio Vaz
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HOJE É DIA DE PANELAFRO

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clique no cartaz para ampliar e ver a programação
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SARAU RAP DE ONTEM FOI LOUCO!

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Povo lindo, povo inteligente,
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ontem o Sarau rap foi simplesmente uma noite diferenciada para todos nós, pois além do brilho da palavra, que sempre foi o combustível do projeto, ainda teve a parceria da 10ª Semana da Cultura Hip Hop da Ação Educativa, ou seja, o que estava bom ficou ainda melhor. Aproveito para agradecer aos parceiros Panikinho, Bob, Dj Feijão e tantos outros que fortaleceram o movimento.
A Pegada do sarau foi a mesma se sempre, e a sintonia dos poetas deixou claro que ter consciência é muito bom, mas ter atitude, é muito melhor.
Pra fechar ainda tivemos um pequeno show com os ótimos grupos Versão popular, QI-Alforria e Jairo Periafricania, bom, diga-se de passagem, todos são poetas do Sarau Rap. Ah!, além do público maravilhoso que lotou a Biblioteca Monteiro lobato, ainda tivemos a presença do Crônica Mendes, Fernandinho beat box, Prof. Ewerton, 011, Michel e Raquel, Marcio Batista, Sales, Viviane, Renata, Elias e família, Priscila Preta, Jéssica Balbino, Wésley Nóog, Nina Fidéles, Fino, Px e JB, e muita gente que agora não me ocorre o nome, mas que também foram muito importantes para que a noite fosse brilhante.
É isso. A Poesia não para. Nem eu.
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Mó feliz por fazer parte de tudo isso que está acontecendo, e que a poesia, outrora arte elitizada e marginalizada, hoje trafega na boca dos poetas e nos olhos das pessoas.
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Sérgio Vaz
Vira-lata da literatura



QI- Alforria

Jairo Periafricania

Versão popular

DJ Zeca





quinta-feira, 29 de julho de 2010

QUEM LÊ ENXERGA MELHOR

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Bengalas e muletas
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Um cego
Com o polegar sujo
Recebe o R.G.
Vê a letra A
E não entende nada.
Olha a letra N
Com desconfiança
E esbarra novamente
Na letra A.
Indignado
Tateia a letra L
Triste,
descobre
Como é F
Não enxergar.
Sem óculos,
Tropeça de novo
Na letra A
e cai no dorso da letra B
E pensou em se matar
Na letra T,
Com o nó da letra O.
Aleijados,
Tiramos de letra
Ao darmos as costas.
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Sergio Vaz
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SARAU PALMARINO

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Mini-biografia

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"Tudo que eu queria ter, eu sou"
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Sergio Vaz
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SARAU DA COOPERIFA, Ô LUGAR!

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CANSEI DE FALAR SOBRE O SARAU DA COOPERIFA
VEJA VOCÊ MESMO COMO FOI A NOITE DE ONTEM
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a massa Cooperiférica


O sarau da Cooperifa visto da lua

Não coube todo mundo


Tinha gente até no teto ara ouvir a nossa poesia

Helber Ladislau

saudação pagã à poesia da Cooperifa

Povo lindo, povo inteligente!

Tudo gente boa, mas podendo evitar...rsrs

MSN

Mamba Negra


Camila trindade

Kênia e Guma

Casulo

Fernandinho Beat Box

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PERIFERIA EM MOVIMENTO

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A Organização convidou lideranças de outras partes da periferia paulistana.
Durante o evento, haverá sorteio de brindes, apresentações de bandas, peças de teatro
e grupos da região de hip-hop e de dança.
Os primeiros a chegarem ao local dos debates poderão assistir ao
documentário “Grajaú na construção da paz”,
e vão receber uma cópia gratuita do documentário.
O projeto tem o apoio do programa VAI,
da Prefeitura de São Paulo.
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Data: 31 de julho de 2010 Horário: 15h às 17h
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Local: CEU Navegantes
Endereço: Rui Maria Moassab Barbour, s/n, Grajaú

RECEITA PARA UM NOVO DIA

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Receita para um novo dia
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Pegue um litro de otimismo,
Duas lágrimas –de preferência
Escorridas no passado.
Duas colheres de muita luta
E sonhos à vontade.
Duzentos gramas de presente
E meio quilo de futuro.
Pegue a solidão, descasque-a toda
E jogue fora a semente.
Coloque tudo dentro do peito
E acenda no fogo brando das manhãs de sol.
Mexa com muito entusiasmo.
Ao ferver, não esqueça de colocar
Uma dose de esperança
E várias gotas de liberdades.
Sorrisos largos e abraços apertados,
Para dar um gosto especial.
Quando pronto,
assim que os olhos começarem a brilhar,
Sirva-o de braços abertos.
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Sérgio Vaz
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*do livro "Colecionador de pedras" (global editora)
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QUINTA-FEIRA TEM SARAU RAP ESPECIAL

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Após o sarau
um pequeno show com os grupos
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VERSÃO POPULAR, JAIRO PERIAFRICANIA E QI- ALFORRIA
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O Time do Sarau Rap
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SARAU RAP - Poesia das ruas
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Dia 29 de julho (quinta-feira) 19hs30
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Projeto "Poesia das Ruas" Ritmo e Poesia
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O Projeto Poesia das Ruas é um sarau dirigido a rimadores e rimadoras do Rap.
É um espaço para o exercício da criação poética.
Sem música, MCs declamarão suas letras, compartilhando talento literário.
Iniciativa do poeta Sergio Vaz,
o Sarau do Rap é realizado em parceria com a Ação Educativa
e acontece toda última quinta-feira do mês.
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Fundador e coordenador do Sarau da Cooperifa, Vaz, pretende buscar,através da oralidade, um
incentivo para a criação poética.
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Rap é ritmo e poesia (rythman and poetry).
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Bilioteca Monteiro Lobato - ao lado da Ação Educativa
Rua: General Jardim, 485 - Vila Buarque - SP
Entrada: Gratuita
Capacidade de lotação: 200 pessoas

10ª SEMANA DE CULTURA HIP HOP

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Clique nos cartazes para ver a programação completa
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UM SONHO

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UM SONHO
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Ontem
Eu sonhei o teu sonho.
Sonhei que os soldados,
Cantando e dançando,
Libertando-se de todo mal
Surgiam de todos os lugares
Para velar o funeral
De todo arsenal
Das ogivas nucleares.
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No sonho
Os homens não eram escravos
Nem de si
Nem dos outros
Tampouco das cores.
Pois o dinheiro
Havia sido morto
No combate com o amor.
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As crianças,
Cravo e canela,
Dançavam com as flores,
Como não tinham fome
Caçavam estrelas
Quando cansadas
Tornavam-se nelas!
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Sonhei
Que as mulheres e os homens
Não tinham coisas, mas sentimentos.
E em sinal de alegria
Plantavam suas orações
Não de mãos espalmadas,
Mas de braços dados
Com o milagre do dia.
E Deus – todo pequeno gesto de amor-,
Não freqüentava igrejas,
Livros ou estátuas
Apenas corações...
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Ontem
Sonhei o teu sonho
Sem saber que também era o meu.
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Sérgio Vaz
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*do livro "Colecionador de pedras" (Global Editora)

QUARTA-FEIRA É DIA DE SARAU DA COOPERIFA

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O Sarau da Cooperifa é quando a poesia desce do pedestal
e beija os pés da comunidade.
SV
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foto: eduardo toledo
SARAU DA COOPERIFA
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hoje Quarta-feira 20hs45
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Bar do Zé Batidão
Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Chácara Santana
Periferia-SP
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terça-feira, 27 de julho de 2010

A Guerra do poeta é assim...

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A GUERRA DOS BOTÕES
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PERMITO-ME SONHAR
VENDO SOLDADOS PLANTADOS NAS TRINCHEIRAS
DESCANSANDO SOB AS SOMBRAS
DE UM ENORME COGUMELO DE PÉTALAS
EXPLODINDO NO CÉU.
A PRIMAVERA
INVADINDO CAMPOS MINADOS
COM SUAS GUERREIRAS MARGARIDAS
FARDADAS PELA SEDA PURA DA MANHÃ
MARCHANDO PARA UM NOVO DIA.
E OS SENHORES DA GUERRA
AGUARDANDO ANSIOSOS
O MOMENTO DE APERTAREM SEUS BOTÕES...
LINDOS BOTÕES DE ROSA
ESTAMPADOS NA LAPELA.
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SÉRGIO VAZ

segunda-feira, 26 de julho de 2010

ROLÊ POÉTICO EM SALVADOR

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SARAU BEM BLACK BEM LEGAL
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BLACKITUDE
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Povo lindo, povo inteligente,
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Neste último fim de semana passei três dias num role poético na Blackitude baiana de Nelson Maca e posso afirmar que a Bahia nunca mais vai ser a mesma dentro de mim.
Foram dias de capitães de areia, que só mesmo Jorge Amado poderia explicar.
Na sexta-feira participei de um debate sobre literatura e talvez tenha sido um dos mais importantes em que já tenha estado. Uma mesa forte, intensa sobre o que é literatura, ou, a nossa literatura.
Ao lado do Nelson Maca (literatura divergente e professor da Universidade católica da Bahia) e Silvio de Oliveira (professor de letras na UFB) uma intensa discussão sobre afinal o que é literatura periférica, marginal, suburbana, divergente e outras nomenclaturas. Sobre estética, conceito, e a sua relação com a literatura clássica. Sobre academia e sobre a linguagem das ruas. Enfim, um debate em que a violência da periferia ficou de fora, e a literatura prevaleceu. Um rico aprendizado para todos e todas presentes.
No sábado participei (edição especial) do Sarau Bem Black no Sankofa Bar que fica nas ladeiras do Pelourinho e que acontece tradicionalmente toda quartas-feiras promovido pela Blackitude. O sarau, conforme diz Maca, foi inspirado no Sarau da Cooperifa, o que nos deixa muito orgulhoso.
A chuva castigando o Pelô e o sarau estava completamente lotado, e as pessoas não paravam de chegar, também pudera, os tambores da poesia não paravam de tocar. O Sankofa Bar parece a embaixada de Gana, ou qualquer parte da África negra que você gostar.
Eu estava em casa ao lado de Robson Véio, Hamilton Borges, José Carlos Limeira, Rangel (blequimobiu), Da Ganja, Waldeck, Opanijé, DJ Joe, Penga, Marcos, as meninas do Bem Legal, Macarrão, Geovane e toda rapa da Blakitude. A Literatura negra pegou fogo na boca dos poetas. Axé!
No domingo pela manhã rolou uma homenagem promovida pelas crianças do Sarau Bem Legal, grupo de poesia coordenado pelo Maca e que se apresenta uma vez por mês na Biblioteca Monteiro Lobato. Queria a oportunidade para agradecer a Rosane pelo carinho e respeito com que fui tratado na biblioteca.
Como ia dizendo, as crianças prepararam uma pequena (pra elas) e grande (pra mim) homenagem em um sarau especialmente com as minhas poesias. O auditório também estava lotado e foi um espetáculo maravilhoso, quando fui chamado a frente para falar, as lágrimas não deixaram. Foi uma emoção que nunca vou conseguir descrever, quem estava lá é quem vai dizer.
As crianças (Lúcia, Luiza, Rebeca, Israel, Felipe, Clara, Jamile) foram de uma delicadeza com o meu trabalho que acho que nunca vou poder agradecer o suficiente. Queria agradecer às mães e os pais delas (Marcos e Wellington) por gerarem crianças tão especiais para este mundo tão precisado de amor. Uma braço para a Ana (companheira de maca) e Jô pela hospitalidade e pelo rango da hora.
La fora rolava um grafite na praça, e Fael, fez minha caricatura e que mais parecia o Mao Tsé Tung (rsrsrs), agradeço também.
Aliás, queria agradecer a todos e todas que por um motivo ou outro não lembro o nome (pô, como é que vou me lembra do nome do filho do Robson?), mas que também foram muito importantes neste fim de semana de peregrinação poética na Bahia.
Obrigado.

Sergio Vaz
Vira-lata da literatura
Mao Tsé Tung da periferia

Sarau bem Legal

Faltou palavras

Maravilhoso!

Homenagem ao meu trabalho

Poesia, saúde e ducação!



Robson Véio, Penga e Família

Eu, Sankofa e Maca

Sarau Bem Black

Hamilton Borges

Dj Joe no comando das Picapes

as crianças

Maca

Eu,Maca e Silvio Oliveira

Literatura em discussão