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Medo do escuro - Sérgio Vaz
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As nuvens cinzas e pesadas
assombram tua plantação,
tuas sementes assustadas
com o barulho do trovão
choram caladas
com os pés atolados no chão.
Eu estendo a mão ,mas você não floresce
você não vêm.
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No matagal o capitão-do-mato
se espalha feito joio no trigo
o pão
tem o gosto horrível da escravidão
e o chicote estrala
na tua boca vazia
que se cala.
E eu te empresto as costas
a minha pele exposta,
mas você não vem,
não dá respostas.
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Uma canção doce e alegre
que fala da tua tristeza
entra pelos teus ouvidos
e você ri, e dança
em torno de si mesma
soterrada em lágrimas pelo salão.
Num sussurro desafinado
imploro ao teus pés,
mas você não cansa,
é mansa
e também não vem.
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A ventania
destelha teu coração.
Sem sentimento,
você ama sem amar
e de mãos dadas
caminha saltitante com a solidão
pelass ruas esburacadas
à procura de um lar.
Eu abro as portas,
mas você não vem,
é torta
não quer entrar.
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A Vida dói
como uma faca enferrujada na garganta
e você,
Alice no país das maravilhas
e covarde como um leão
foge das hienas
para dentro da densa selva.
Abatida
eu te lambo ass feridas,
mas você não vem
não me cicatriza.
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Uma manhã mal dormida
acorda no meio da noite
e percebe que está sem estrela.
Na ausência de brilho
um vaga-lume
risca um poema
sob a névoa trêmula
que vai além.
Você não lê,
não vem,
mas está escrito:
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eu tenho medo também.
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Nossa, cada texto ou poema que você escreve, me surpreende mais e mais, fico com mais vontade de ler o que você escreve.
ResponderExcluirParabéns pelo seu trabalho.
Eu tenho sede de ler os teus escritos... um melhor que o outro
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