segunda-feira, 30 de abril de 2012

BULLYNG É O QUE O GOVERNO FAZ COM A EDUCAÇÃO






Fábrica de asas - Sérgio Vaz

“ Adubar a terra
com número e letras
asas e poemas.
Para colher lírios,cravos e alfazemas.
Agricultor,
o bom mestre sabe,
que espinhos e pétalas
fazem parte da primavera.
Porque ensinaré regar a semente semafogar a flor ."



A Vida é algo mesmo muito engraçado, agora pouco, antes de começar a escrever este texto em homenagem aos educadores e educadoras que conheço, me lembrei de uma coisa da minha adolescência, e que eu nunca entendi bem direito, é que eu não gostava de estudar, mas adorava a escola. Pena não ter sido o contrário, mas...
A escola para mim sempre fora um lar. Minha classe, como se fosse o quarto que sempre sonhei, mas que nunca tive. O Pátio, a sala de estar. E o melhor de tudo, com todos os meus amigos morando junto comigo.

Às vezes ter parentes nem sempre é ter uma família, e para muitos, a hora da merenda era quase uma santa ceia.
Não lembro de ter sido bom em alguma matéria, da para contar nos dedos as notas "dez" que eu tirei, também não fui o pior de todos, meu boletim era tipo colorido, vermelho e azul, e de acordo com cada série, umas cores se destacavam mais do que as outras.
E por gostar tanto da escola e não gostar de estudar, repeti de ano duas vezes, na 3ª série do primário e na 7ª série do ginásio, parece pouco, mas para quem só fez o colegial, é como se o futuro andasse em direção ao passado. É como se a gente colasse da pessoa errada.
Minha matéria preferida sempre fora o recreio, e a bagunça era uma prova para o qual não precisava estudar, e se ficar em silêncio enquanto escrevo este texto, sou bem capaz de ouvir a molecada descendo as escadas depois do sinal, como uma manada enfurecida -entorpecida pela magia da infância-, correndo pra casa. Ou quem sabe, fugindo do lar.
Num tempo em que a merenda para alguns era a única refeição, na periferia, “lar” e “casa” eram duas coisas extremamente diferentes, e se nós, os filhos da dor, desenhávamos nosso momento com giz colorido, em casa, muitas famílias escreviam a alegria a lápis, para que ficasse mais fácil para a tristeza apagar.
Outra coisa que gostava muito na escola era dos professores, só naquele tempo eu não sabia, descobri somente anos depois, quando não estudava mais.
Lógico que naquela época da ditadura, alguns mais pareciam torturadores do DOPS que professores, e tudo isso, com o consentimento dos pais, os cúmplices.

Uma vez uma professora, que mais parecia uma madrasta de contos de fada, puxou o meu cabelo com tanta força, que até hoje me dói o couro cabeludo.
E sabem por que? Porque estava desenhando um relógio à caneta, no pulso, enquanto ela explicava alguma coisa, quando percebeu a minha desatenção, me perguntou as horas, e eu respondi. Na hora errada. Ui.

Traumatizado, nunca mais usei relógio em minha vida. Por isso que às vezes atraso, adianto, nunca sei a hora de chegar.
Hoje em dia, recitando poesia nas escolas públicas do país, descobri que estes que puxavam o cabelo das crianças, não existem mais, foram engolidos pelo dragão do tempo, e foram substituídos por uma trupe de guerreiros e guerreiras que mesmo abandonados pelo estado, insistem em educar os nossos filhos. Não é da hora?
Autodidata, aprendi a sofrer por conta própria, e aprendi também que é possível construir o universo longe da universidade, só que demora mais, quando não se tem asas para voar.


a) Lição de casa se aprende na escola.
b) O Professor é aquele que confecciona asas. E voa junto.
c) Ensinar é regar a semente sem afogar a flor.
D) Quem faz lição de casa colhe castelos.


Poéticamente falando, todas as alternativas estão corretas.
.



POESIA É COISA DE PELE





Povo lindo, povo inteligente,

Vejam a homenagem que minha maninha fez pra mim. 
Uma tatoo com a frase "O final é quando você desiste.
Agora não saio do pé dela.

Beijos.




É NÓIS EM POÇOS DE CALDAS




FEIRA LITERÁRIA DE POÇOS DE CALDAS

Bate-papo sobre Literatura periférica com Sergio Vaz, Rodrigo Ciríaco 
e Renan do Grupo Inquérito

Dia 1 de maio  14 hs

FLIPOÇOS
Poços de Caldas - MG




quarta-feira, 25 de abril de 2012

HOJE É DIA DE SARAU DA COOPERIFA






SARAU DA COOPERIFA

Lançamento do livro "Primeiras Prosas" do Sarau da Ademar

Dia 25 de abril  20h45

Bar do Zé Batidão
Rua Bartolomeu dos Santos, 797  Jd. Guarujá
Periferia - SP

*Primeiras prosas: Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão” Paulo Freire

Dizem as sábias lavadeiras, entre um canto de trabalho e outro, parteiras que são, que um parto difícil é sinal de rebento forte. E não é preciso muita sensibilidade ou fino trato para dar de cara com um rebento desses e percebê-lo assim: brilhando e pronto pra vida.

O Sarau da Ademar está lançando seu primeiro livro, ou melhor, suas primeiras prosas impressas. Para chegar até aqui foram três anos de muita luta e resistência e de busca intensa pela expressão das esquinas de poesia desse canto Sul de Sampa.

Cada página desse livro nos enche de orgulho e nos dá mais sentido de responsabilidade para continuarmos nossa peleja, que é a de lutar pela arte socializada, que transforma o público em produtor, superando e subvertendo a dependência cultural, que nos obriga a viver uma relação de submissão da arte.

A possibilidade de nos convertermos em produtores de cultura, superando de modo ativo, a função de meros consumidores passivos e participarmos ativamente no processo criador da arte que fruímos e pela qual optamos nos deu força e coragem para crer em nossa capacidade de recriar e ampliar a realidade e para desenvolver nossa identidade cultural como classe e como povo. Essa consciência é a chave que nos abriu as portas das possibilidades de criarmos nossa própria cultura e de transformá-la por nós próprios.

A constância da luta, por vezes, machuca a gente. Sonhar custa algumas lágrimas arrancadas de peitos utópicos, guerreiros e notívagos em busca da tão desejada aurora.
Nosso coletivo já traz no peito todas as páginas desse livro, em nossa pele ele já tatuou sua história, vivida com vocês, irmãos de luta e de quebrada.
Agora é seguir adiante, estufar os peitos e continuar sonhando. Melhor, continuar a alimentar o sonho, esse sonho possível e bonito.

“Só a arte é útil. Crenças, exércitos, impérios, atitudes – tudo isso passa. Só a arte fica, por isso só a arte vê-se, porque dura” Fernando Pessoa

Asé
Coletivo Sarau da Ademar

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A Vida não me deu o privilégio da alegria, ou ela, de tão discreta, passou que nem vi.
Sem nenhuma moeda pra comprar alegria artificial,
meus amigos são o mais perto que cheguei da felicidade.
Esse lugar que todos dizem que existe, mas que ninguém sabe como chegar lá.


sergio vaz

domingo, 22 de abril de 2012

SEGUNDA-FEIRA É DIA DE CINEMA NA LAJE

CINEMA NA LAJE


Exibição do documentário "É tudo nosso!" um olhar sobre o Sarau da Cooperifa

de Aline Magalhães, Ana Ferrarezze e Hugo Passarelli


Segunda-feira 23 de abril 20hs



Bar do Zé Batidão

Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Jd. guarujá

Periferia - SP

quinta-feira, 19 de abril de 2012

ROLÊ POÉTICO: BARCELONA

Estádio do Barcelona

Povo lindo, povo inteligente,

estou aqui na Espanha faznedo um rolê poético, curtindo umas férias e abrindo espaços para nossa produção periférica. Na bagagem muito sonho e vários trampos pra mostrar aqui na gringa.
Depois falo mais.
A caminho de Madri.

Sergio Vaz

terça-feira, 17 de abril de 2012

Lançamento do livro "Pode pá que é nóis que tá" no Sarau da Cooperifa



SARAU DA COOPERIFA

Lançamento do livro "Pode pá que é nóis que tá"
Coletânea Sarau dos Mesquiteiros

Quarta-feira 20h45

Bar do Zé Batidão
Rua bartolomeu dos Santos, 797 Jd. Guarujá
Periferia - SP


segunda-feira, 16 de abril de 2012

POESIA É COISA DE PELE

Vagabundo nato

Mariane


Sônia

Marina

domingo, 15 de abril de 2012

ROLÊ MONSTRO EM BRASÍLIA

Povo lindo, povo inteligente,

neste fim de semana fui participar da Bienal do Livro e da Leitura de Brasília, e o que era pra ser um simples bate-papo sobre poesia, acabou sendo um rolê monstro no Distrito Federal, ao lado do GOG e Ferréz.
Cheguei no sábado à noite e fomos gravar no stúdio uma participação no novo cd do GOG, ISO 9000 do Gueto. Já na madrugada partimos para o show dos Racionais MC´s que estava rolando no ginásio e ficamos até o final, quase 6 horas da manhã, O debate na Bienal estava marcado para 10hs do domingo. Dormir pra quê?
Pela manhã ouve um bate-papo sobre literatura, e estética literária da periferia, entre eu o Ferréz e o GOG, nem preciso que o barato foi loko, né? Acho que ficamos umas duas horas falando sobre o assunto, lendo textos e respondendo perguntas dos presentes. Fazia tempo que não participava de um encontro tão interessante, entre o público e a mesa. Da hora.
Uma feijoada maneira na Casa do GOG... e casa.
É isso. Adoro meu trabalho. Porque me da a chance de aprender com ele.

abs.

sergio vaz



Show Racionais



SALÃO DO LIVRO DE SUZANO





Povo lindo, povo inteligente,

neste sábado tive a honra de participar do 1º Salão do Livro de Suzano. Foi bom por vários motivos, primeiro porque feira de livro é sempre bom, e segundo porque foi na cidade do meu amigo Sacolinha, e terceiro porque Suzano também é minha casa.
A Cris conduziu uma bate-papo sobre minha trajetória Literária e li meus poemas e texto.
É isso. A Poesia não para.

abs.

sergio vaz


Cris, eu e Sacolinha


quinta-feira, 12 de abril de 2012

POESIA NO AR É ATENTADO POÉTICO NA PERIFERIA DE SÃO PAULO

A NOITE MAIS LINDA DO MUNDO





fotos: viviane de paula


Povo lindo, povo inteligente,




ontem o sarau da Cooperifa reuniu umas 500 pessoas em torno da poesia, para prestigiar, o que nós, imparcialmente julgamos ser, a noite mais linda do mundo, o Poesia no ar.


Poesia no ar é quando a gente comete atentados poéticos na periferia de São Paulo, e enche o céu, que um dia foi de bala perdida, com poemas que nos identifica e nos dignifica, com os nossos poemas. Já disse uma vez aos incomodados de plantão e torno a repetir, o que a gente faz não é literatura, é escrever a nossa história, reescrever as nossas vidas.


Quem não foi, precisava ver o clima de harmonia que a quebrada respirou, gente de todas as cores, dores e quebradas, de outras cidades, estados e países. A Cooperifa está se tornando a ONU da periferia. Que tal reivindicar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU? Rsrsrs.


Sim, foi um sonho que a gente teve, e talvez estas fotos sejam montagem de fotoshop, porque nem eu acredito que uma noite dessa existiu.


É. Quem além de nós mesmos vai acreditar que numa noite de quarta-feira mais de 500 pessoas no extremo sul da periferia paulistana se reúma para ouvir e falar poesia? E que essas poesias sejam colocadas em balões para que outras comunidades também poessam receber nossa poesia? E que a cima de tudo, tenha sido uma noite de paz?

A Cooperifa não se explica, ou você entende, ou se identifica.


Mas é claro, se nem nós acreditamos numa noite linda dessa, porque outros acreditariam, né?




Aí, desculpa se agente sonhou sem pedir permissão.




É isso. Ninguém mais vai pedir permissão pra sonhar. Os incomodados que se mudem.




Um beijo.




Sergio Vaz


poeta e sonhador