quarta-feira, 31 de março de 2010

50 NOS DO LIVRO "QUARTO DE DESPEJO" DE CAROLINA DE JESUS

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Povo lindo, povo inteligente,
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quando li "Quarto de despejo" pela primeira vez foi como se meus olhos não pudessem acreditar, tanta dor e ao mesmo tempo tanto lirismo numa só voz, numa só letra. Esses livro me marcou pra sempre, tenho sempre que visitá-lo quando a batalha parece ser maior que a nossa luta.
Estou lendo "Grande sertões: veredas" no momento, mas assim que acabar vou reler o livro desta guerreira.
Naquele tempo ela já falava sobre o "Zé povinho" e da vida dura da favela.
Cinco décadas depois, nada mudou, nem o Zé povinho nem as condições de vida na favela, só a literatura dela que mudou: as nossas vidas.
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É isso. Difícil é fácil pra nóis!
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Sergio Vaz
Vira-lata da literatura
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Em 1960 era lançado o livro com o sugestivo título Quarto de Despejo. Segundo Carolina, “a favela é o quarto de despejo de uma cidade”. O livro se tornou em pouco tempo um best seller, tendo sido vendidos mais de cem mil exemplares em pouco menos de um ano. A obra alcançou repercussão no Brasil e no exterior e Carolina viajou para vários países. Talvez Carolina tenha sido nossa primeira escritora “periférica”.
Aqui no Brasil, com o decorrer do tempo e devido a varios fatores, Carolina foi esquecida, mas em outros lugares, não, como demonstra o filme Preciosa, já que segundo a escritora Sapphire, autora da obra de onde foi adaptado o filme, o livro de Carolina foi uma de suas fontes.
Um livro ainda pouco conhecido de Carolina, mas provavelmente até mais impactante que Quarto de Despejo, é Diário de Bitita, que retrata seu percurso desde a infância em sua cidade natal.
Jeferson De tem um curta sobre Carolina e também o documentário que está no link abaixo:
Documentário sobre Carolina

HOJE TEM ASSEMBLEIA DOS PROFESSORES NA AV. PAULISTA

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AOS MESTRES SÓ CARINHO, NADA DE PORRADA, HEIN SERRA?!
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clique na imagem para ampliar
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ASSEMBLEIA ESTADUAL
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Hoje (quarta) 14 hs
Vão livre do MASP.
Av. Paulista
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HOJE TEM SARAU DA COOPERIFA

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UH, COOPERIFA! UH, COOPERIFA!
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SARAU DA COOPERIFA
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Hoje 21hs
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O pior da poesia de São Paulo
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Bar do Zé Batidão
Rua bartolomeu dos Santos, 797 Chácara Santana
Periferia-SP
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*A Academia Brasileira de letras e outras acedemias advertem: o sarau da Cooperifa é o pior sarau de São Paulo e faz mal a saúde. este sarau contém mais ou menos 300 substâncias poéticas e companherismo que causa dependência física ou psíquica. Não existe níveis seguros para consumo destas substâncias..

IZZY GORDON NO SESC POMPEIA

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A Cooperifa vai chegar em peso
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Izzy Gordon na abertura da Mostra Cultural da Cooperifa

. clique na imagem para ampliar
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IZZY GORDON
"O que eu tenho pra dizer"
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dia 8 abril (quinta-feira) 21 hs
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SESC Pompéia
Rua Clélia, 93 Pompeia
SP.SP
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Lançamento do CD “O que eu tenho pra dizer”. Filha de Dave Gordon e sobrinha de Dolores Duran, a cantora Izzy Gordon, quando criança, via em sua casa figuras essenciais da MPB, como Jair Rodrigues, Tim Maia, César Camargo Mariano, Rita Lee, Wilson Simonal e muitos outros. A referência familiar inclusive esteve presente em seu primeiro CD, em homenagem à tia famosa. Com esse trabalho realizou shows nas principais cidades do Brasil e nos principais festivais de jazz e blues do país.

O segundo álbum, “O que eu tenho pra dizer”, traz 13 faixas, entre elas a composição que intitula o CD, além de uma canção inédita de Sergio Dias (dos Mutantes), de músicas de dois jovens compositores mineiros (Pedro Moraes e Magno Mello), de João Suplicy, Giana Viscardi, entre outros. Teatro.
Não recomendado para menores de 12 anos
R$ 16,00 [inteira]

R$ 8,00 [usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante]

R$ 4,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes]

terça-feira, 30 de março de 2010

A Escritora Nigeriana Chimamanda Adichie: o perigo de uma única história

Povo lindo, povo inteligente,

ganhei este maravilhoso vídeo do meu amigo Toni C. e gostaria de dividir com vocês. veja como o preconceito se fortalece de forma sutil e violento do mundo ocidental em relação ao continente africano. ´
Com ternura e força ela destila sua luta contra o preconceito. Imperdível. Assistam.
Ele fala sobre como "nossas vidas, nossas culturas são compostas de muitas histórias sobrepostas. A escritora Nigeriana Chimamanda Adichie conta a história de como ela encontrou sua autêntica voz cultural - e adverte-nos que se ouvimos somente uma única história sobre uma outra pessoa ou país, corremos o risco de gerar grandes mal-entendidos."

*aprecie com moderação

Abs.

Sergio Vaz
Vira-lata da literatura

www.ted.com/talks/lang/por_br/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html
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O Pai da noiva - Sérgio Vaz
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Baseado em fatos reais

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O casamento estava marcado para as 18 horas, mas como toda noiva que se preze, Tereza também chegou atrasada, coisa de meia hora. Não foi fácil conseguir esta igreja, então não era bom abusar da paciência do padre. Do lado de dentro um calor lascado. Os convidados e os padrinhos suavam em bicas.
A pequena catedral estava lotada -a noiva era muito querida no escritório onde trabalhava, até o gerente estava lá.
Quando a noiva surgiu na porta foi um alívio para todos. Muitos só pensavam na festa e no chope gelado. “Que calor!”, disse um coroinha.
De braços dados com o tio, já nos primeiros três passos que avançava para o seu casamento começou a chorar. Chorava de emoção, mas também porque seu pai não podia estar ali, de braços dados conduzindo-a ao altar como sempre sonhou.
Chorava porque naquele exato momento seu herói estava internado numa cama de hospital e não podia ver sua princesa casando-se com um príncipe, como ele sempre lutara para que isso acontecesse.
Cada passo uma lembrança. Cada passo uma lágrima. A noiva chorava copiosamente. Muitos dos convidados também choravam enquanto ela caminhava para o altar.
Feliz pela metade, ela só conseguia pensar: “queria que meu pai estivesse aqui”, e chorava.
Do outro lado da cidade, na cama do hospital, seu Durval, entre uma dor e outra, caminhava com ela em pensamento. E também pensava: “como eu queria estar lá”, e chorava também. Na vizinhança não se conhece tamanho amor entre pai e filha como o dos dois.
O casamento só aconteceu porque já estava marcado há muito tempo e por insistência do pai, pois por ela, que se danasse tudo.
O sonho do pai sempre foi vê-la de noiva e o dela era ser conduzida pelo pai. A Mãe era testemunha desse sonho, por isso chorava com eles.
Quando chegou em São Paulo, aos 23 anos, fugindo da seca e do desemprego na sua cidade, seu Durval era apenas mais um, perdido na cidade grande. Uma mala na mão e na outra, nada. Foi assim que pisou na selva de pedra.
Já na rodoviária conseguiu um emprego numa obra na Avenida faria Lima. Sem dinheiro para pensão, morou por seis meses no trabalho, junto com outros conterrâneos. Enquanto construía o prédio sonhava que construía sua própria casa. Por conta disso, do amor com que trabalhava pensando que construía sua própria casa, logo conseguiu uma promoção, de ajudante passou a ser pedreiro.
Um pouquinho mais no bolso alugou uma casa na periferia da Zona Sul. Coisa pequena. Quarto e sala e um banheiro com chuveiro de água quente.
Seguiu assim, construindo casas como se construísse a sua.
Conheceu Esperança num baile perto de casa e com pouco tempo já estavam morando juntos. Amasiados. Mais Esperança sempre quis casar. Mas como não tinham dinheiro adiaram para sempre este desejo. Quem sabe um dia...
Esperança sempre foi mulher de fibra, quando construíram a própria casa depois de muitos anos, foi ela quem carregou os blocos de cimento para dentro do quintal. Ela quem trazia água para a massa do cimento. Ela é quem era a ajudante geral. Ela ajudou a construir a casa em que moram com o mesmo amor em que deu a luz a suas três filhas. Por isso, chorava no casamento. Chorava por amor e pela ausência do marido. Em meio à saudade teve tempo de lembrar que filha realizava o sonho dela: “casar vestida de noiva”. E chorava como mulher, Chorava feito mãe.
Já no altar, fitou a mãe, e ambas trocaram lágrimas e sorriso molhados.
Faltava o pai, mas o dia era de felicidade. Elas sabiam disso. Então riam e choravam ao mesmo tempo.
O marido, enquanto lhe aliançava ganhou de presente um dos sorrisos mais lindos que o mundo já produziu, e de quebra, um sim que valia por três. Mais ainda assim lhe faltava o pai.
Depois do banho de arroz todos entraram em seus carros e foram direto para a festa. Quase todos. Tereza e o marido pediram para que o motorista desviasse um pouco do caminho e foram, ele de terno e ela vestida de noiva, direto para o hospital pedir a benção do pai.
Ao vê-la no quarto do hospital Durval custou acreditar que estava vivo.
Choravam o pai, a filha, as enfermeiras, o marido, os médicos, os curiosos, os outros doentes, o hospital virou um vale de lágrimas. De alegria.
A vida doía, mas ainda assim valia a pena, pensou o pai com um tubo enfiado no nariz e um buraco aberto no peito.
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*de sonho realizado seu Durval morreu uma semana depois.

segunda-feira, 29 de março de 2010

CINEMA NA LAJE

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CINEMA BRASILEIRO EM ALTA NA QUEBRADA
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Depois do "BESOURO",
"O CONTADOR DE HISTÓRIAS"
agora é a vez do filme
"OS 12 TRABALHOS"
FREQUENTAR O CINEMA NA LAJE
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Cinema na laje é um espaço criado pela COOPERIFA e que acontece quinzenalmente às segundas-feiras para exibições de documentários e filmes alternativos de todas as partes do Brasil e do mundo, exibidos gratuitamente para a comunidade. Também criado principalmente para dar luz ao cinema produzido pelos jovensda região, e levar cidadania através da sétima arte. As exibições ficam por conta da Paco´s Vídeo.
O cinema Paradiso da periferia também conta com um lanterninha vestido a caráter para dar um charme especial no projeto.
A Entrada é franca. A Pipoca é grátis. E a lua sincera.
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CINEMA NA LAJE APRESENTA:
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OS 12 TRABALHOS
Um filme de Ricardo Elias
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Dia 5 de abril (segunda-feira) 20hs
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Laje do Zé Batidão
Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Chácara Santana
Periferia-SP
Inf. 83585965

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*SINOPSE:

Heracles é um jovem negro, que vive na periferia de São Paulo e que gosta de desenhar. Há 2 meses ele deixou a Febem e agora procura uma ocupação. Por indicação de seu primo Jonas, Heracles passa a trabalhar como motoboy. Em seu período de experiência ele precisa realizar 12 tarefas pela cidade de São Paulo. Para realizá-las Heracles precisa lidar com o preconceito, a burocracia e sua própria falta de malícia no novo serviço

domingo, 28 de março de 2010

COLECIONADOR DE PEDRAS

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Cal Max
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Max nasceu pobre,
Na verdade
Nasceu Maximiliano
Da Silva Nobre.
Curtido na pedra
Criou-se vidraça.
Como o pai
Também era pintor,
Mas nada de Picasso,
Van Gogh ou Portinari.
Pintava parede, mansão,
Muro e pé de árvore.
Não tinha sonhos,
Mas se sonhasse
Seriam pretos
Seriam brancos
Cinzas de fato.
Morava em bairro comunista
Os vizinhos tinham em comum
A mesma miséria.
As mãos grossas
Nunca fizeram carinho,
Pra ele? Frescura.
No enterro
Depois que caiu do andaime,
Pouca gente
Pouco choro,
Nenhuma madame.
Lembranças?
Só a última pá de cal.
Jaz.
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Sérgio Vaz
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sábado, 27 de março de 2010

PROFESSORES QUE ENSINAM NOSSOS FILHOS APANHARAM COMO BANDIDOS DA POLÍCIA DO SERRA

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NÃO DESEJO O JOSÉ SERRA NEM PARA O MEU PIOR INIMIGO
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"No silêncio da noite, um grito.
No grito da noite, o silêncio."
sv
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Os professores em frente ao Palácio do bandeirantes tentar conversar com Serra, mas ele corre
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Povo lindo, povo inteligente,
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a ditadura está de volta, pelo menos em São Paulo, onde o governador José Serra (des)governa. Na manifestação de ontem, os professores em greve, por melhores salários e condições de trabalho, apanharam como bandidos da polícia miitar. É isso mesmo: "os professores que ensinam nossos filhos apanharam como bandidos pela polícia do Serra."
E Apanharam de cassetetes, bmsbas de gás, gás de pimenta e balas de borracha. Quanta falta de educação!
E sabe qual é a maior ironia desta lição? Muitos desses policiais foram alunos desses professores. E os filhos deles estudam em escolas púbicas também.
E sabem por que muita gente não ficou sabendo? Porque simplesmente a mídia não divulgou em lugar algum. Se São Paulo é um estado democrático, então alguém tem que me explicar: como é que 40 mil professores tomam as ruas em frente ao palácio do bandeirantes e a imprensa ignora o fato? Ditadura!
Muita gente que conheço vive glamourizando aqueles dias de luta contra o militarismo. Muitos diziam que queria ter nascidos naquela época, e coisa e tal. Não se preocupem, em São Paulo ela voltou.
Pois é, o pior dos anos 60 está de volta, mas cadê os revolucionários de plantão?
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Os Professores são meus heróis. Tô junto e misturado.
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Sergio Vaz



Tropa de Choque cerca ruas da região do Palácio dos Bandeirantes,
ataca professores com bombas de efeito moral e balas de borracha; vários professores ficaram feridos.

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PROFESSORES DECIDEM: GREVE CONTINUA!
PRÓXIMA ASSEMBLEIA - DIA 31 - AVENIDA PAULISTA

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sexta-feira, 26 de março de 2010

ARTE QUE TRANSFORMA

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COOPERIFA E CAGEBE JUNTOS.
É por isso que vale a pena lutar!
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http://www.youtube.com/watch?v=1nR6_QHeNAs
Temporal filmes
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Clique e assista um pouco sobre arte que transforma a comunidade.
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OS BRUTOS TAMBÉM AMAM - SERGIO VAZ

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Os Brutos também amam - Sérgio Vaz
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.Era um domingo de inverno, há quase trinta anos, quando eu conheci o amor pela primeira vez. Chegou em mim discretamente como se não quisesse fazer barulho para não mes espantar nem causar estranhamento.
Enquanto dançava com os olhos fechados e o peito aberto desfilava pelo baile, sem sair do lugar, carregando nos braços aquela que seria a lembrança mais feliz da minha vida: o primeiro amor.
Não recordo bem se era Marvin Gaye (let’s get it on) ou Bee Gees (Reaching out) que rolava nas pick ups, só consigo lembrar de estar ali, com os lábios ansiosos pelo fogo desconhecido, implorando aos céus que aquele momento, que ainda nem havia acontecido, nunca acabasse.
Sem o menor traquejo com a poesia, e devoto da Santa adolescêscia das bocas desamparadas, recitava em meus pensamentos coisas do tipo: “Deus por favor faça minhas pernas pararem de tremer”. Se alguém um dia se encontrar com deus, e se realmente ele existir, pergunte , ele vai confirmar.
Eu ainda não a tinha beijado. Pelo menos não pessoalmente, mas em sonho... com os olhos...
Enquanto a música brincava de ser feliz às minhas custas, colado aquele anjo, fui me deixando levar cantando baixinho o refrão ao seu ouvido: “letis guere riron...”. Letis guere riron?????!
caramba, se não sei inglês hoje, imagine com quinze anos, coitada.
A Adolescência tem cheiro de almíscar, sei disso porque esse era o perfume que ela usava nesse dia, e durante muito tempo esse aroma permaneceu impregnadao na minha memória.
Tirando o cheiro de terra depois da chuva, almíscar tem cheiro de anos incríveis.
Sentindo o aroma da vida fui lentamente virando meu rosto para o encontro daquela boca linda, sorrateiramente, como um colibri que rouba saliva da flor.
Havia pensado neste momento há semanas, mais precisamente, quinze anos.
Nunca vou esquecer quele beijo. Até porque foi o meu primeiro pra valer, no rosto não conta, sem amor então... E segundo, porque quase quebrei o sorriso dela.
Beijei-a por uma tarde inteira com todas as bocas que tinha o meu pequeno coraçãozinho de menino apaixonado. Que tarde. E que boca.
Beijei-a com todos os meus cincos sentidos, e quase fiquei sem os sentidos por conta disso. Quase que morro no meu primeiro dia de vida.
Com os olhos fechados, beijei-a como quem agradece por estar vivo.
Por conta desta troca divina de saliva, e na dúvida, nunca mais cuspi no chão.
Nos anos setenta, época mais brava da ditadura no Brasil, eu estava ali, com a cara cheia de espinhas exercitando a minha revolução: o primeiro amor.
Resolvi escrever sobre isso porque acabo de receber o convite de casamento de dois grandes amigos. E como sou testemunha desse amor quero lembrá-los que por mais belo que seja a lembrança do primeiro beijo ou do primeiro amor, nada, absolutamente nada, é mais importante que o último.

Ah, também lembrei de uma outra coisa, os dias não envelhecem. E todo dia é pra sempre.

JORNADA DE FORMAÇÃO FEMINISTA

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clique no cartaz para ampliar
JORNADA DE FORMAÇÃO FEMINISTA
100 ANOS DO 8 DE MARÇO
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Feministas em luta por socialismo e liberdade
Cine Palmarino Mulheres c/ Debate
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Dia 28.03 às 16hs
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Local: Bar do Carlinhos (sede do Sarau da Ademar)
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R. Luiz Cruls, 60 - Cidade Ademar
Continuação da R. Eduardo de Sá
Organizadores:
Círculo Palmarino, Sarau da Ademar e Secretaria de Mulheres do PSOL-SP

SARAU RAP, A POESIA NÃO PARA

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POESIA DAS RUAS
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Povo lindo, povo inteligente,
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ontem aconteceu o Sarau Rap (poesia das ruas), projeto que realizo toda última quinta-feira do mês na Ação Educativa pelo segundo ano consecutivo. Nesses dois anos tivemos muitas noites legais, mas não sei porque - talvez pela presença marcante das mulheres que não para de chegar-, esse último foi muito especial.
No geral sempre da pra fazer duas poesias cada um, mas ontem quase não da nem pra fazer uma, parece que todo muito que foi era poeta. Parece que todo mundo que foi estava procurando a mesma coisa: respeito. Da hora.
O Sarau foi em homenagem a guerreira Dina Di, mais do que merecido.
É isso. Praticando poesia sem desrespeitar a teoria.
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Já é.
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Sergio Vaz
Vira-lata da literatura


Talita

vira-lata

a massa

Elizandra

Du Bod

Rocha

Palmas pra nóis!

Katiara no comando

Wagner

Vandré

Prof. Ewerton

Fábio boca

Mancha

Ocupação feminina

quinta-feira, 25 de março de 2010

SARAU DA COOPERIFA, NOITE LINDA!

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FOI UMA NOITE LINDA!
POESIA + COMUNIDADE = PROGRESSO
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Povo lindo, povo inteligente,
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ontem o sarau da Cooperifa iluminou a quebrada com uma das noites mais brilhantes do ano. Nós, homens, mulheres e crianças e toda a comunidade presente, bem que estávamos merecendo uma noite linda desta, foi perfeita. Tudo na medida, o silêncio, o respeito, a amizade, a poesia, a revolta e o amor. Foi da hora. Pergunte a quem estava lá.
E a cada dia mais pessoas da quebrada recitam poemas, e este é o nosso intuito, fazer com que as pessoas da comunidade se interessem em ler poemas, e consequentemente, adquirir o prazer da leitura.
O Sarau da Cooperifa foi criado para isso: contagiar as pessoas com o vírus da literatura.
Ontem vendo toda aquela gente linda e inteligente reunida em torno da poesia fiquei muito feliz, sempre sonhei com isso. Essa coisa da gente, mesmo com opiniões diferentes, convivendo no mesmo espaço, em torno da arte, em busca da transformação que se dá só aos seres-humanos de verdade. Acho que viver é isso. Transforma-se todo dia. Só que pra melhor.
Foi uma noite sincera, sem o heroísmo barato que o papel aceita do falso revolucionário e demagôgo de plantão, mas daquelas que dignificam a nossa existência, e que nós ensina a ser melhores apesar dos nossos defeitos. Da nossa arrogância, mas que muitos ainda não sabem, nasce da ousadia de mudar o estabelecido. De praticar o que se fala. Do nosso erro, pois quem ama erra, e a gente ama o que faz.
Faço questão de nunca mais esquecer essa noite, faço questão de nunca mais esquecer cada pessoa que esteve lá, como se fosse uma faísca fortalecendo nossa imensa fogueira chamada: SARAU DA COOPERIFA.
Viver vale a pena, ontem ficou muito claro isso. Obrigado.
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Sintam-se abraçados.
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Sergio Vaz
Vira-lata da literatura




















quarta-feira, 24 de março de 2010

HOMENAGEM AO SABOTAGE

Povo lindo, povo inteligente,

fiz uma poesia "Sabotage, o invasor" em homenagem ao grade Rapper Sabotage que acabou virando um vídeo-poema na mãos do meu amigo Preto Will.
espero que vocês gostem.

ab.

sv



SABOTAGE (O INVASOR)


MAURO
ERA UM NEGRO DE ASAS.
UM PÁSSARO
COM OS PÉS NO CHÃO.
SOM DE ÉBANO
COM PELE DE COURO,
O MOURO FEZ NINHO NO CANÃO.
O PASSADO,
QUE O FUTURO QUERIA
ESCRITO EM CARVÃO,
DEIXOU DE SER PÓ
PRA SER PÃO,
AO SE VICIAR EM POESIA.
O POETA
DE PLUMAS NEGRAS
E VOZ DE PEDRA
CRAVOU TEU CANTO
PRETO E BRANCO
NAS VIDRAÇAS
DO MUNDO COLORIDO.
FILHO BANTO
EM CARBE E CARCAÇA
SERVIU A TAÇA
COM VIDRO MOÍDO
AOS TRAIDORES DA RAÇA.
NAVEGANTE
DE MARES INSOLENTES
SUA BÚSSOLA
APONTAVA SEMPRE PARA A PERIFERIA.
A RIMA ERA O RUMO
O REMO DA SINA.
NO AR,
COMO FUMAÇA DE FUMO
E VERMELHA RETINA,
ERA FRIO
ERA QUENTE,
MAS NUNCA BANHO-MARIA.
UM DIA
NUM VÔO CURTO
DEPOIS DE UMA LONGA METRAGEM
UM DISPARO SEM ROSTO
UMA BALA SEM GOSTO
CALOU O PERSONAGEM.
DIANTE DISSO
E SEM NOS ESRERAR
DESFEZ O COMPROMISSO
SEGUIU DE VIAGEM
E FOI CANTAR EM OUTRO LUGAR,
NUM BOM LUGAR.


SÉRGIO VAZ

QUINTA-FEIRA TEM SARAU RAP

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SARAU RAP - Poesia das ruas
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Dia 25 março (quinta-feira) 20hs
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Projeto "Poesia das Ruas" Ritmo e Poesia
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O Projeto Poesia das Ruas é um sarau dirigido a rimadores e rimadorasdo Rap.É um espaço para o exercício da criação poética.
Sem música, MCs declamarão suas letras, compartilhando talento literário.Iniciativa do poeta Sergio Vaz, o Sarau do Rap é realizado em parceria com a Ação Educativa e acontece toda última quinta-feira do mês.
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Fundador e coordenador do Sarau da Cooperifa, Vaz, pretende buscar,através da oralidade, um incentivo para a criação poética.
Rap é ritmo e poesia (rythman and poetry).
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Ação Educativa
Rua: General Jardim, 660 - Vila Buarque - SP
Entrada: Gratuita
Capacidade de lotação: 200 pessoas
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HOJE TEM SARAU DA COOPERIFA

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NOVE ANOS PRATICANDO POESIA NA PERIFERIA DE SP
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SARAU DA COOPERIFA
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Quarta-feira 21hs
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Bar do Zé Batidão
Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Chácara santana
Periferia - SP
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*A Academia Brasileira de letras e outras acedemias advertem: o sarau da Cooperifa é o pior sarau de São Paulo e faz mal a saúde. este sarau contém mais ou menos 300 substâncias poéticas e companherismo que causa dependência física ou psíquica. Não existe níveis seguros para consumo destas substâncias. Assista novelas, BBBs e programas educativos do Gugu.
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terça-feira, 23 de março de 2010

SUGESTÃO POÉTICA para o acordo ortográfico e outros acordos

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Sugestões poéticas para o acordo Ortográfico e outros acordos.
POR SÉRGIO VAZ
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*aprecie com moderação
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Este acordo é meramente sugestivo; portanto restringe-se à língua que o povo fala nas ruas, não afetando nenhum aspecto da língua escrita (a academia pode ficar tranquila). Ela não elimina, infelizmente, as diferenças e injustiças que através da ortografia são observadas nos países que tem a língua, ao qual o povo não tem direito de aprender, como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação das idéias das pessoas que realmente amam este país.
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O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
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O analfabeto completo passaria a ser aquele que sabe juntar as letras e não junta, e sequer ajuda os outros juntarem. E o que é pior, muitos deles ainda se julgam letrados.
A B C D E F G H IJ K L M N O P Q RS T U V WX Y Z
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*vale também o improviso.
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TREMA
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Não se usa mais o TREMA. Em hipótese alguma.
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Está decretado em todo lugar deste país, que diante de qualquer injustiça, covardia e falta de respeito com a população, a palavra de ordem seria: não TREMA!
Exemplo:
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Como era: agüentar
Como fica: Bateu levou.
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*Atenção: o Trema aparece apenas nas palavras estrangeiras e no passado sombrio da ditadura.
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MUDANÇAS NAS REGRAS
DE ACENTUAÇÃOE OUTRAS REGRAS.
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1. ESCOLA na periferia tem muito assento, de 40 a 45, quando o o ideal é tirar 20 ou 25.
E para compensar, um aumento no número de assentos nas universidades públicas do país.
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2. PROFESSOR deixa de ser uma palavra para ser um sentimento, e de zero à esquerda, como quer o governo, passaria a valer nota dez, e com mais zeros à direita.
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3. EDUCAÇÂO passa a ser uma equação matemática com investimento ao cubo (ex: 2+2=5), sem pedagogia com raiz quadrada.
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Ex: Criança + escola de qualidade = nação com futuro.
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4. CRIANÇA passa a ser um verbo praticado sem miséria, descaso ou abandono. Com direito a casa, comida e cidadania. .
A Criança passa a ser uma super-proparoxítona com assentos em todas as etapas de sua vida. E todas as crianças, sem nenhuma exceção, têm o direito de usar os assentos da mesa para comer o objeto direto, nesse caso a comida digna, com direito à sobremesa, e tanto faz de for geléia com acento ou sem acento.
E caso alguma autoridade contestasse, que o povo nas ruas lhe tirem o assento. Sem acento no Dó, nem piedade.
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5. A palavra DESEMPREGO não pode mais ser pronunciada nas portas das fábricas, e o EMPREGO não pode mais estar ligado à palavra escravidão, para que os homens e as mulheres não sejam escravos dos ditongos cujos do poder, e para que os trabalhadores e trabalhadoras não andem mais naquela tanga danada, em que vivem atualmente os assalariados dos subúrbios brasileiros.
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*Outra coisa, as palavras 'não', 'há' e 'vagas', jamais poderão ser escritas juntas.
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6. CORRUPÇÃO deixa de ser apenas uma palavra com 9 letras para ser um crime, punido com 90 anos de prisão.
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7. O SUJEITO decente não pode, nem deve ser prejudicado. Para que isso se confirme, a justiça que é cega, ficaria terminantemente proibida de fazer transplante de córneas.
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8. As Palavras Amizade, Bondade, Coragem, Caráter e Amor, devem ser suprimidas do dicionário e escritas pelos nossos corpos, como uma segunda pele, para que o suor dignifique-as, toda vez que a gente as pronunciar.
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9. Pobreza; nem com Z, nem de espírito.
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10. Ficam banidas as palavras "Toxítonas" que servem apenas para o privilégio de poucas pessoas, que acham todas as outras "Para-oxítonas".
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11. Arrogância e Violência deveriam ter dois "esses", que era para identificar o imbecil que as praticassem.
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USO DO HÍFEN.
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O Super-homem é um super-bobo. O Ser humano passa a ter mais poderes.
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As demais palavras devem ser consultadas com mais seriedade no guia prático da nova ortografia.
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LITERATURA DAS RUAS

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A PERIFERIA DE SÃO PAULO TÁ QUE É SÓ POESIA
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foto: eduardo toledo
chuva de livros da Cooperifa (500 livros para a comunidade) 2009 .
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LITERATURA DAS RUAS - SÉRGIO VAZ
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A literatura é dama triste que atravessa a rua sem olhar para os pedintes, famintos por conhecimento, que se amontoam nas calçadas frias da senzala moderna chamada periferia. Freqüenta os casarões, bibliotecas inacessíveis ao olho nu e prateleiras de livrarias que crianças não alcançam com os pés descalços.

Dentro do livro ou sob o cárcere do privilégio, ela se deita com Victor Hugo, mas não com os Miseráveis. Beija a boca de Dante, mas não desce até o inferno. Faz sexo com Cervantes e ri da cara do Quixote. É triste, mas A rosa do povo não floresce no jardim plantado por Drummond.

Quanto a nós, Capitães da areia e amados por Jorge, não restou outra alternativa a não ser criar o nosso próprio espaço para a morada da poesia. Assim nasceu o sarau da Cooperifa.

Nasceu da mesma Emergência de Mário Quintana e antes que todos fossem embora pra Passárgada, transformamos o boteco do Zé Batidão num grande centro cultural.

Agora, todas às quartas-feiras, guerreiros e guerreiras de todos os lados e de todas as quebradas vem comungar o pão da sabedoria que é repartido em partes iguais, entre velhos e novos poetas sob a benção da comunidade.

Professores, metalúrgicos, donas de casa, taxistas, vigilantes, bancários, desempregados, aposentados, mecânicos, estudantes, jornalistas, advogados, entre outros, exercem a sua cidadania através da poesia.

Muita gente que nunca havia lido um livro, nunca tinha assistido uma peça de teatro, ou que nunca tinha feito um poema, começou, a partir desse instante, a se interessar por arte e cultura.O sarau da cooperifa é nosso quilombo cultural.

A bússola que guia a nossa nau pela selva escura da mediocridade.
Somos o grito de um povo que se recusa a andar de cabeça baixa e se prostar de joelhos.

Somos O poema sujo de Ferreira Gullar.

Somos o Rastilho da pólvora.

Somos Um punhado de ossos, de Ivan Junqueira Tecendo a manhã de João Cabral de Melo Neto.

Neste instante, neste país cheio de Machados se achando serra elétrica, nós somos a poesia.

Essa árvore de raízes profundas regada com a água que o povo lava o rosto depois do trabalho.

DO LIVRO COLECIONADOR DE PEDRAS

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Segredos noturnos
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A noite
guarda meus segredos,
meus medos
e um restinho de dúvida
que ainda não me furtaram.
Sob o cárcere da escuridão
Minha poesia
Trafega pela madrugada
Tecendo sombras miúdas
Para o abrigo da solidão.
À noite
As estrelas,
Funcionárias públicas do universo,
Iluminam o sono operário
Das formigas mal remuneradas
Que trazem na garganta
Um nó de silêncio rouco
Que não se rompe na
Alvorada.
O verso,
Que não se ajoelha
Ante a noite calada
Não dorme na seda
Deita na espinha
Da rosa molhada.
Os vira-latas
Que roem o osso,
Ladram o bife alheio
Que farta no pescoço
Da mulher que dorme
Com o dono da carrocinha.
Um gato,
de pêlo macio
de gravata e paletó,
mais parece um vampiro
na jugular da rapaziada
sugando sem dó,
o dinheiro das sete vidas
Que aposta na madrugada.
Uma lua,
À míngua no horizonte,
É hostil ao falso poeta
Que renuncia ao poema pobre
Pra dormir
Com a rima rica
Que cobra uma fortuna
pra gozar.
O herói
Das causas breves
Descansa sua covardia
Num travesseiro
Que o condena por cada
Vítima que ele finge ajudar.
Os parasitas
Escondem-se atrás da simpatia
E bebem no mesmo copo
Em que cospem
O discurso do bom amigo.
As prostitutas
Já não precisam mentir,
Se o dinheiro é verdadeiro
O amor também é.
E nada é mais claro
Que o negrume das horas.
A insônia
É refém da consciência
E a azia
precisa sempre de um cigarro
para alimentar a nicotina.
O bar aberto
Faz todo sentido
Pra quem não sente mais nada.
Ao sair
Deixe a luz acesa
À noite
É quando o dia
Já não enxerga mais nada.
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Sérgio Vaz

BOAS NOTÍCIAS

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PANELAFRO ESTÁ DE VOLTA!
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SARAU PALMARINO EM EMBU DAS ARTES

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Sarau Palmarino
Essa será a 12ª edição e a presença de todos é fundamental para fortalecer essa construção. Contamos com todos!
O que? Sarau Palmarino
Quando? 27 de março, sábado – a partir das 20h
Onde? Sede Nacional do Círculo Palmarino
Endereço: Rua Campos Sales , 12 – Jardim Presidente Kennedy –
Embu das Artes – SP (veja como chegar)
(próximo a Escola Municipal Paulo Freire)
Informações:
(11) 9840-7244 (11) 9840-7244
Juninho / (11) 7656- 8193 Rodrigo
Saudações Palmarinas Círculo Palmarino