quinta-feira, 8 de março de 2012
HOMENAGEM ÀS MULHERES GUERREIRAS DESTE PAÍS
Direção : Marina Vergueiro
Deusas do cotidiano – Sérgio Vaz
“De todos os hinos entoados em louvor às revoluções nos campos de batalhas, nenhum, por mais belo que seja, tem a força das canções de ninar cantada no colo das mães.”
O nome dessas mulheres eu não sei, não lembro e nem preciso saber. São nomes comuns em meio a tantos outros espalhados por esse chão duro chamado Brasil.
Mas a maioria delas eu conheço bem, são donas de um mesmo destino: as miseráveis que roubam remédios para aliviar as angústias dos filhos. É quando a pobreza não é dor, é angústia também. São as ladras de Victor Hugo.
Donas da insustentável leveza do ser, as infantes guerreiras enfrentam a lei da gravidade. Permanecem de pé ante aos dragões comedores de sonhos que escondem na gravidade da lei.
Das trincheiras do ninho enfrentam moinhos de mós afiadas para protegerem a pança dos pequeninos. São as Quixotes de Miguel de Cervantes.
Místicas, não raro, estão sempre nuas em sentimentos. Quando precisam, cruas, esmolam com o corpo, e se postam à espera do punhal do prazer que cravam no seu ventre. È quando o prazer humilha. São as habitantes do inferno de Dante.
Rainhas de castelos de madeiras, sustentam os filhos como príncipes, e os protegem da fome, do frio, e da vida dura e cruel que insiste em bater na porta das mulheres de panela vazia. Quanto aos reis, também são os mesmos: os covardes dos vinhos da ira.
Mágicas, esses anjos se transformam em rochas, quando a vida pede grão de areia. Em flores quando rastejam, em espinhos quando protegem.
Essas mulheres são aquelas que limpam tapetes, mas não admitem serem pisadas.
São presidentas. Riscam papéis, limpam máquinas e consertam crianças que nascem com o sonho quebrado.
São domésticas, mas não admitem serem domesticadas.
E riem quando suam sob lágrimas e sangram o perfume da violeta impune estampada no rosto, que de rosa, não tem nada.
Sim, elas são as deusas do dia a dia.
* do livro "Literatura, pão e poesia" Global Editora
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Sérgio, hoje é meu aniversário e ganhei de presente do meu marido o link pra cá.
ResponderExcluirObrigada aos dois!
Caro Sérgio Vaz,
ResponderExcluirsou estudante do 7º semestre de jornalismo do Mackenzie e recentemente venho acompanhando o belo trabalho que você faz na Cooperifa. Meu amigo que faz Letras na Usp já havia me falado sobre o seu trabalho e sobre a Literatura Marginal há muito anos quando ainda estudávamos juntos no colégio. Porém, na época não dei ouvidos à ele.
O que me levou a ver que eu estava equivocado foi o fato de eu conhecer o Alessandro Buzo em 2010 quando ele tentava manter o jornal "Boletim do Kaos" em circulação juntamente com o Alexandre de Maio e também porque eu sempre fui apaixonado por Rap.
Após ler e observar muito o vazio que os jovens andam carregando, descobri que pessoas como você é que realmente contribuem para o nossa evolução como cidadão, como você mesmo diz. Por isso, sugeri ao meu grupo de TCC o seu nome e o seu trabalho para podermos desenvolver um documentário sobre sua rotina de trabalhos culturais e sociais, levando em consideração o de maior expressão que é a Cooperifa. Todos adoraram a ideia.
Enfim, sei que sua agenda é muito frenética e que também você está muito longe daqui. Mas gostaria de saber, sinceramente, se você estaria disposto a discutir esta ideia para explicarmos melhor nossos objetivos. Caso você queira discutir, podemos agendar uma data para nos encontrarmos e conversarmos melhor sobre isso.
Espero por respostas.
Grato pela atenção,
Marcos Guedes.