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Cal Max
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Max nasceu pobre,
Na verdade
Nasceu Maximiliano
Da Silva Nobre.
Curtido na pedra
Criou-se vidraça.
Como o pai
Também era pintor,
Mas nada de Picasso,
Van Gogh ou Portinari.
Pintava parede, mansão,
Muro e pé de árvore.
Não tinha sonhos,
Mas se sonhasse
Seriam pretos
Seriam brancos
Cinzas de fato.
Morava em bairro comunista
Os vizinhos tinham em comum
A mesma miséria.
As mãos grossas
Nunca fizeram carinho,
Pra ele? Frescura.
No enterro
Depois que caiu do andaime,
Pouca gente
Pouco choro,
Nenhuma madame.
Lembranças?
Só a última pá de cal.
Jaz.
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Sérgio Vaz
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Um lindo poema/retrato da vida real. Mais uma vez parabéns, Poeta Sérgio Vaz! Gosto de tudo o que você escreve. Você é o autor que eu gostaria de ser.
ResponderExcluirAbraços,
Marisa.