sexta-feira, 2 de novembro de 2012

PAZ NA PERIFERIA


PAZ NA PERIFERIA

Se homicídio fosse esporte olímpico, São Paulo ganharia medalha de ouro. Mas como não é, ficamos nós com as medalhas de sangue e de lágrimas. E pra mim, nenhuma vida vale mais do que a outra, porque quem morre, deixa mais do que saudade, deixa família, filhos, lembranças... O homicídio é um crime extremamente deselegante.,
É assustador tudo que está acontecendo na periferia paulistana, é como se voltássemos ao final dos anos 80 e início dos anos 90, onde todos tínhamos medo de sairmos às ruas e sermos executados pelo simples fato de existirmos.
Pois é, esses dias estão de volta. O medo e a morte tomou conta das ruas.
A chacina é uma viagem que te leva mesmo você não tendo passagem.
Não vejo outra forma de combater o crime, que não a educação pública de qualidade.
Nós abandonamos as crianças, os professores e o ensino público, agora estamos com o cu na mão com medo dos adultos.
As Escolas públicas estão parecendo privadas, e só agora essa sociedade hipócrita está sentindo o cheiro, através desses crimes bárbaros de jovens que sangram nas calçadas quando deviam estarem suando nos bancos das universidades. Ah!, é contra as cotas raciais, né? Se quiserem podemos reservar uma cota de violência pra vocês. É, essa violência que vocês vem nos jornais, e nós, ao abrirmos as janelas... e desde sempre.
Muitas vezes o resultado de ensino de qualidade mínima é presídio de segurança máxima.
Podem mandar tanques de guerras, aviões da FAB, invadirem favelas, matarem todos nós nas esquinas escuras da periferia, porque se não investirem na educação, vão ter que continuar matando, matando, matando...porque vocês já sabem quem morre: nós os brasileiros pobres e pretos.
As pessoas pedem a redução da maioridade penal, eu quero o aumento da maioridade educacional.
Chega de convites para enterros e visita em presídios, quero convite para assistir formaturas.
Viver, ainda que doa, é melhor do que deixar saudades, porque nenhuma vida é maior que a outra. Vale tanto para o Elefante como para a formiguinha.

No silêncio da noite, um grito. No grito da noite, o silêncio.


Pah! Pah! Pah!

Se puderem, tenham paz.


Sergio Vaz

2 comentários:

  1. "As pessoas pedem a redução da maioridade penal, eu quero o aumento da maioridade educacional."

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  2. Porrada meu irmão, da verdadeira! Fui numa reunião onde haviam mães de jovens assassinados. O clima era de terror geral, igual ao tempo da ditadura, todo mundo desconfiado de todo mundo. O terror de encontrar o inimigo. E quem é o inimigo nesse guerra?

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