sexta-feira, 20 de maio de 2011

NOTÍCIAS POPULARES

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Povo lindo, povo inteligente,

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acabei de ler o livro "Nada mais que a verdade" que conta a história do jornal "Notícias populares", um periódico que marcou época na periferia de São Paulo.

O Famoso "Espreme que sai sangue" povoou nossas mentes durantes anos, e que é dos anos 70/80/90 vai gostar de ler este livro. Vai matar saudades de um tempo muito difícil nas quebradas, e muito engraçado também. Porque o jornal não tinha compromisso nenhum com a verdade, muito pelo contrário, histórias com a Loira do banheiro, o bebê-diabo e o sequestro do Roberto Carlos eram matérias comuns nas suas primeiras páginas.

O Racionais Mc´s fez até uma menção do jornal na música O homem na estrada: "... superstar do Notícias populares."

O Jornal de bobo também não tinha nada, foi pensado especialmente para alienar o povo. A gente ria da própria desgraça.

Vale pela história. Para matar saudades.

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Taí a dica.

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Sergio Vaz









Ao contrário da burocrática Folha de S.Paulo e do insípido Agora São Paulo, o Grupo Folha da Manhã possuiu um dos jornais mais interessantes do Brasil: o Notícias Populares. Porém, a empresa sempre tentou esconder a ligação e finalmente acabou com o diário. Mas a história deste revolucionário jornal volta a tona.
Celso de Campos Jr, Denis Moreira, Giancarlo Lepiani e Maik Rene Lima estão lançando “Nada Mais que a Verdade”, um livro sobre a história do saudoso NP. O jornal, famoso por suas escabrosas histórias de tragédias urbanas, do sangue escorrendo pelas páginas. E principalmente das manchetes como esta: “Broxa torra o pênis na tomada”, “Churrasco de vagina no rodízio do sexo”, “Dono do gato vira tamborim”, “Espírito de porco baixa em macumba”. Uma extraordinária história que começou em 1963.
Após perder dez anos de sua vida confinado em uma mina de carvão da Sibéria por ordens de Stalin, Joseph Mellé desembarcou no Brasil em 1959, sem falar praticamente nenhuma palavra de português. Mesmo assim, por intermédio de um amigo romeno que estava no Brasil, conseguiu um emprego no Última Hora de Samuel Wainer. Menos de quatro anos depois, em associação com Herbert Levy (presidente da UDN e dono da Gazeta Mercantil), lança o Notícias Populares, com uma finalidade marcadamente política: o NP seria um vespertino anticomunista. Essa postura duraria até 1965, quando o golpe alivia a barra da UDN; Levy, então, vende o jornal para a dupla Octávio Frias de Oliveira e Carlos Caldeira Filho, da empresa Folha da Manhã. Mellé permanece como editor.
Em maio de 1975, o Notícias Populares publica a história do bebê-diabo, que viraria um marco no jornalismo brasileiro. Era uma cascata sobre o nascimento de um menino com chifres e rabo em São Bernardo do Campo; entretanto, o povo acreditou na história e o NP começou a inventar uma saga para o bebê-diabo. O caso permaneceu na primeira página do jornal por inacreditáveis 27 dias, nos quais pessoas ligavam para a redação jurando que viam o bebê-diabo e informando seu paradeiro. Após quase um mês de sucesso comercial e fracasso moral, a redação decidiu assassinar o assunto. O caso mostrou a confiança que o público tinha no NP. Mas a maior prova da força do jornal veio alguns dias depois: a redação recebeu o exemplar de um periódico pernambucano, que anunciava a chegada do bebê-diabo em Recife.
Repleto de curiosidades, o livro conta todos os bastidores da saga de 37 anos do jornal, culminando com as nebulosas razões e desculpas do grupo Folha para o fechamento repentino do diário. História esta que contou com o jornalista Marcelo Coelho escrevendo como o colunista Voltaire de Souza. Mais. Que mexeu com o jornalismo brasileiro para todo o sempre.

Um comentário:

  1. A história desse jornal é interessante.Deu até curiosidade pelo livro.Não esquesso daquelas manchtes loucas com fotos coloridas.Aquele bebê com duas cabeças tá encravado na minha memória até hoje.

    Vandré

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