ORNITORRINCO
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JamiltonNasceu no Pará
Numa usina de carvão.
Como o pai, seu Vavá,
Também começou aos seis
Com uma pá na mão. .
Cresceu sem vitaminas
Cheirando fumaça
E inalando dioxinas. .
A brasa
Queima os sonhos
A pele
Os pés
E as mãos.
Só não queima
O catarro preto
Que sai do pulmão. .
Aos onze,
Doente e mutilado
Depois de tanto trabalhar,
O menino churrasco,
Por invalidez,
Vai se aposentar. .
Carne de segunda,
Este bicho,
Não tem pêlo
Não tem pena
Só osso. .
Os dedos,
Unidos pelo fogo,
Parecem uma pata.. Também pudera
Ele é filho
De um animal estranho: gente. .
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Sérgio Vaz
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*do livro "Colecionador de pedras" Global Editora
mão de obra descartavel
ResponderExcluirnada mais, nada menos
belo poema mano
Abrç
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um lindo poema.. valeu sergio.. quero que saibas.. que estou proximo de lançar meu 1 livro muito inspirado na minha visita quando eu fui na coorperifa em 2008 com o gog eo jairo e b negão, deu uma olhada no meu blog.. um abraço
ResponderExcluirwww.daabaixada.blogspot.com
palavras belas e com grande sentido ,que nos fazem pensar e refletir ! e as vezes nem dormirmos direito, nos preocupamos com coisas bobas e coisas de grande importancia passam bem a frente de nossos olhos ...ae Sergio Vaz , Parabéns
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