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ontem a Cooperifa exibiu o filme "Gretchen filme estrada" de Eliane Brum e Paschoal Samora no projeto Cinema na laje, que acontece de quinze em quinze dias, sempre na segunda-feira, na perifa paulistana.
São Paulo fazia uma noite nublada e uma garoa fina (sempre ela) ameaçava a projeção em cima da laje. Quando já pensávamos em exibir a película dentro do bar, a diretora Eliane Brum disse que sempre quis que o filme deles passasse na laje. Então, pedido feito, pedido aceito.
De repente, como num filme de Alfred Hitchcock o mal humor de São Pedro (argh) foi se dissipando e uma noite quase linda foi se formando, que até as estrelas -sem ofuscar o brilho da comunidade-, apareceram para prestigiar o documentário. E a comunidade que lotou nosso cinema Paradiso não se decepcionou. Esta noite ... Daria vários filmes.
O Documentário é um dos melhores que já assistí, tem tudo a ver com poesia, tudo a ver com a vida. Quando a vida der um descanso quero escrever uma resenha sobre isso. Acho que todos deveriam ver.
Não é só um filme sobre a Gretchem, mas sobre o brasil, sobre os brasileiros. Um filme que nos recoloca na nossa insignificância, que insiste em dizer o quanto somos medíocres quando estamos na luta por poder, e às vezes, para poder. Louco isso.
Outra coisa que foi da hora foi o debate com diretora e a montadora do filme Adriana Schuarwz, pois todo mundo queria saber como e os porques do filme. Muita gente se viu ali, sendo representado pela realidade que parecia uma fantasia. Um sofredor reconhece o sofrimento, não adianta usar maquiagem. O filme é sobre isso também: a dor dos outros.
Em plena segunda-feira fria, a Cooperifa, junto com a Pacos Vídeo e o Zé batidão discutindo cinema na periferia da Zona Sul de São Paulo, quem acreditaria nisto há 20 anos atrás? Nós!
É isso. Pra nós a periferia não é um negócio, é um sentimento.
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Daqui a 15 dis tem mais. Corta!
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Sergio Vaz
Zé mané da cultura
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