HOMENAGEM A JOÃO CÂNDIDO - A CHIBATA DA REVOLTA
João Cândido (a chibata da revolta)
.
João
Nasceu Candido,
Mas de Candido não tinha nada.
Seu corpo
Teve a benção do sul
O coração,
Sobre o mar azul,
Veio da África.
Ainda moleque
Descobriu que era galo de rinha
O negrinho sem breque
Sem vento e sem leque
Teve aos seus pés, a marinha.
No barco da morte
Encontrou o destino dos pais
Um tronco no sul
Outro no norte,
Assim era o Bahia
E o navio Minas Gerais.
Era chicote no almoço
Açoite na janta
Os negros no calabouço
Os brancos por cima da prancha.
Mas nem toda dor é perene
Ou se vai com as marés,
A mão negra
Conspirou contra o leme
E a revolta surgiu do convés.
Ao som das trombetas
Os marujos de baionetas
Tomaram os cascos
Onde era servidos água com pão.
Onde rugia o som do carrasco
E grito de capitão
Nesse dia só se ouvia,
a voz do porão.
O rufar dos tambores
De couro e de lata
De todas as dores
Por todas as datas,
Ao som de canhão
Ou em doce serenata,
Vão contar a história de João
Um negro almirante
Que ultrajou a chibata.
.
Sérgio Vaz
.
Acho esse um dos poemas mais fodas...
ResponderExcluirUm abraço ae, Sérgio.