sexta-feira, 7 de maio de 2010

PARA MINHA MÃE (in memorian), ONDE QUER QUE ELA ESTEJA

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Maria das dores
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Filha de Saturnina
Maria nasceu em Ladainha,
No intestino de Minas,
Quase Bahia.
O nome Maria
Quem deu foi o pai,
Seu Firmino.
Das Dores,
Sobrenome da agonia
Quem lhe deu
Foi o destino.
Na cidade grande
Vendeu cosméticos,
Roupas e sapatos.
Varreu chão, lavou pratos,
Mas nunca foi domesticada.
Sorria
Por desobediência
Por falta de instrução.
Por alegria?
Só se fosse descuido do coração.
Sob o disfarce
De mulher maravilha
Morreu sem avisar.
Frágil,
Mas sem implorar.
Feito flor que rasteja,
mas que a primavera
não pode humilhar.
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Sérgio Vaz
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