O Colecionador de pedras
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Pedro
Nasceu em dia de chuva,
No ventre da tempestade.
Deus deu-lhe a vida
A mãe, luz a pele escura.
Dona Ana era jardineira
Plantava flores sobre pedras.
O pai, espinho de trepadeira,
Apenas doou o esperma.
Pedra preciosa
Foi recebido pelo destino
Com quatro pedras na mão.
A fome, de forma desonrosa
Transformou em homem, o menino
Que brincava com os pés no chão.
Por causa da pobreza,
A pedra do seu sapato,
Vendeu pedra de gelo
Com gosto de chocolate.
Humilde,mas só se curvou de joelhos
quando foi engraxate.
Pedra lascada
Construiu edifícios,
Varreu ruas,
escreveu poemas.
Mestre sem nenhum ofício
Tornou-se pedregulho, no rim do sistema.
Rocha,
Onde a vida queria grão de areia,
O poeta canta sua dor
rima a dor alheia.
E sem deixar pedra sobre pedra
Do rancor, o amor ele sampleia.
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Sérgio Vaz
triste e bonito! abs, leitora constante de suas poesias. sandra - salvador-ba
ResponderExcluirSergio, não seis e lembra de mim. Sou o Cabeleira, capoeirista. Estivemos juntos em uma mesa de debates na Uniararas. Só para dizer que acompanho sempre teu blog e que estamos firmes e fortes no trabalho, remando contra a maré.
ResponderExcluirGrande abraço. Tudo de bom. Axé.
Meu email: cabeleiracapoeira@bol.com.br
É lindo. E a cara dele ...bjo
ResponderExcluirMuito bom!
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