A POESIA NÃO PARA

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BATE-PAPO POÉTICO COM JOVENS DO PROTEJO

Conjunto Vitória - comunidade Padroeira-Osasco

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Ensaio fotográfico de Mônica cardim (clique nas fotos para ampliar)

Povo lindo, povo inteligente,

veja como foi o bate-papo poético com os jovens do projeto "Protejo" no conjunto Vitória no bairro de Padroeira, Osasco-SP. Uma quebrada simples, bem organizada, mas que no passado era chamada de pinga pus. Um nome que não rima com felicidade, né não?

O convite partiu da fotógrafa e educadora Mônica Cardim, Klaus Wernet e Diana Souza que conseguiu emprestado o salão comunitário da Associação amigos de bairro para a realização do bate-papo poético. Inclusive falei com a presidente (esqueci o nome, desculpe-me) e ficamos de agendar o sarau da Cooperifa por lá, espero que ela não esqueça o convite que me fez, não costumo recusar. Aliás, diga-se de passagem, eles e elas fazem um belo trabalho em conjunto.

Fizemos uma oficina de poesia e falamos um pouco sobre literatura, e sobre o meu trabalho, eles fizeram muitas perguntas, ah!, e também recitei várias poesias. Li quase o livro todo, e eles ainda queriam mais. Devia ter levado mais poetas. devia ter levado mais livros. O entusiasmo deles foi contagiante. Eles trataram meus poemas om um enome respeito. Agradecido.

Eu e eles estamos cheio de ideias, depois digo a vocês. Por hora, é isso. E mais nada.

De quebra ainda ganhei um ensaio fotográfico da Mônica e uma manhã inesquecível, em que, apesar de tudo e de todos, valeu a pena ser vivida.

Estou por aí, fuçando os segredos das ruas.

Abs.

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Sérgio Vaz

vira-lata da literatura

Salão comunitário da Associação de amigos da Padroeira

Coordenadores pedagógicos e a comunidade

As crianças fazem com que a vida doa menos. Acho que os adultos maltratam as crianças porque tem inveja delas.


Surfando na poesia

Uma manhã de poesia faz com que o dia valha a pena

Li quase um livro todo e eles ainda queriam mais. Devia ter levado uns cem poetas.

"Adoro poesia!"

"Eu também."

"É difícil ser poeta?"

"Não. É difícil ser poesia."

"Poesia é a forma diferente de olhar as coisas."

Eu perguntei

" o que tem na minhas mãos?"

"Água." Todos responderam.

Perguntei de novo

" o que tem nas minhas mãos?"

"água."

Perguntei mais uma vez, só que desta vez alguém lá no fundo disse

"mar"

do outro lado alguém disse

"Chuva"

"enchente"

"lágrimas"

"Vida"

"suor"

"refrigerante"

"suco"

"banho"

etc.

etc.

etc.

Aí, eu disse:

"Pera lá, mas agora pouco não era só um copo de água?"

"ha, ha, ha, ha..."

E todos nós rimos como se a dor não existisse.

E a água da poesia quase afogou meus olhos.

O Coração já tinha transbordado há muito tempo.

O Silêncio é uma prece

daria um braço para ter essa idade

"Quem lê enxerga melhor"

"E você, também gosta de poesia?"

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