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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Para Nelson Maca
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sábado, 26 de fevereiro de 2011
SEGUNDA-FEIRA É DIA DE CINEMA NA LAJE
Cinema na laje é um espaço criado pela COOPERIFA e que acontece quinzenalmente às segundas-feiras para exibições de documentários e filmes alternativos de todas as partes do Brasil e do mundo, exibidos gratuitamente para a comunidade.Também criado principalmente para dar luz ao cinema produzido pelos jovensda região, e levar cidadania através da sétima arte. As exibições ficam por conta da Paco´s Vídeo.O cinema Paradiso da periferia também conta com um lanterninha vestido a caráter para dar um charme especial no projeto.
A Entrada é franca. A Pipoca é grátis. E a lua sincera.
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CINEMA NA LAJE
Apresenta:
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"GRETCHEN Filme Estrada"
Um Road movie com Gretchen por muitos Brasis
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Um documentário de Eliane Brum e Pachoal Samora
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Segunda-feira 28 de fevereiro 20hs
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Após exibição haverá um bate-papo com os diretores do documentário
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Laje do Zé Batidão
Rua Bartolomeu do Santos, 797 Jd. Guarujá
Periferia- SP
Inf: 72074748
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SINOPSE:
Em 2008, Gretchen candidatou-se à prefeitura da Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, pela coligação PPS-PV. A rainha do rebolado completava 30 anos de carreira e queria parar de rebolar. O documentário “Gretchen Filme Estrada” conta estes dois movimentos: aquela que seria a última turnê, caso vencesse a eleição, e a primeira campanha política.
Seguindo o balanço dos quadris de Gretchen nestes dois palcos – o palanque e o picadeiro –, o filme nos carrega por vários Brasis. Nesta estrada, bunda, religião, mídia e política se confundem. Circo e eleição são dois espetáculos sobrepostos. E Gretchen é uma brasileira tão real que parece inventada.
Artista parida na TV, nos antigos programas de auditório dos anos 70, Gretchen vai ao circo para sobreviver sempre que o vazio na agenda se alarga. Percorre um roteiro de circos mambembes pelos confins do Nordeste brasileiro, em bilheterias de dois reais. Neste país que a acolhe, dois reais é muito, às vezes demais. Nele, ela é a “artista conhecida nacional e internacionalmente”. Ela é a TV que chega até lá encarnada. Ao vivo, às vezes se torna difícil de acreditar. Para muitos ela parece mais verdadeira na tela. A polêmica se instaura. É Gretchen ou a mulher do palhaço? As luzes da TV confundem e fora do jogo de imagens a platéia não sabe mais onde está a ilusão.
Candidata que sobe ao palanque para dizer que não é política, Gretchen promete levar a TV à Ilha de Itamaracá. Esta é a “mudança” que garante aos eleitores. Colocar Itamaracá dentro da tela. No final da campanha, ela não apenas promete levar a mídia, como afirma: “Eu sou a mídia”. Ao longo deste percurso, ela se alia ainda a Jesus. A religião não é mais uma experiência do privado, mas cada vez mais uma aliada pública. Na última caminhada o jingle de campanha é trocado pela música da Igreja Renascer, a dos bispos Sonia e Estevam Hernandes. Gretchen chama Jesus e é o “Pai” agora que a elege prefeita.
O mundo do espetáculo aceita tudo. Nele, as palavras são vazios que preenchem o nada. No palanque, Gretchen, a rainha do rebolado, é política, é bunda, é Jesus, é Leila Diniz. O que é o real entre o circo e o picadeiro?
Esta estrada nos perturba com perguntas, mas não dá respostas fáceis. Aos poucos, tudo o que resta é o filme. A câmera. Quando não há mais nenhuma esperança de ganhar a eleição, o real passa a ser encenado como espetáculo.
Gretchen Filme Estrada é um filme sobre a alegria. E sobre o absurdo. Um documentário sobre o Brasil.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
ENCONTRO INTERDISCIPLINAR NO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
ORAÇÃO DE UM VIRA-LATA - por Sergio Vaz
A música "Wake up everybody" (acordem pessoasl) de John Legend e Roosts" ainda me faz acreditar no ser humano, no sonho de um mundo mais justo e melhor. Há dias eu a ouço, como um mantra, antes de sair pras batalhas das ruas, antes de enfrentar os leões que nos espreitam nas dificuldades do cotidiano, nas vielas das incertezas e na cruz da mediocridade que nos assombra.
Esta música tem sido a minha bíblia, meu alcorão e meu torá, isso, é claro, sem desrespeitar a religião de ninguém, digo porque há muito tempo não sou sintonizado em algo tão sagrado e honesto. Porque muitas vezes ter juízo, é a prova de já se está no final.
Aliás, falando em religião, queria aproveitar pra dizer que sigo um Deus chamado "Amor" e é só pra ele que ajoelho, que rezo.
E este Deus que habita meu coração, só me ilumina quando amo outras pessoas, quando amo o que faço. E ele só se manifesta quando as mentiras que conto pra mim não afeta o coração de outras pessoas.
E que o Deus que mora em mim, não deixa que seja escravizado, nem que escravize, porque a palavra liberdade está contida em todos os versículos dos meus dias. Para recitá-la em forma poema, não em sermão de montanhas inacessíveis, mas no riso que aquece a poesia do povo que tem fé no amanhã.
O Deus todo poderoso chamado Amor faz com que o sal de minhas lágrimas transforme-se em calos nas mãos, para que nunca esqueça que nada cai do céu, e que minhas derrotas e vitórias também nascem dele, e que o medo de lutar é um inferno com mil areias movediças em que o covarde se atola.
O Amor que está em mim e você, não sabe o que faz, por isso muitas vezes é crucificado, por isso não deve ser seguido. Quem ama erra.
Quem segue o Amor sabe que o milagre não está na vida, mas na coragem de viver.
Quem acredita no amor reencarna todos os dias no paraíso.
Amém.
WAKE UP EVERYBODY - JOHN LEGEND AND THE ROOTS
Acordem, pessoal
Chega de ficar enrolando na cama
Chega de ficar pensando na vida
É hora de pensar no futuro
O mundo mudou
Muito
Do que costumava ser
Há tanto ódio
Guerra e pobreza, oh, oh
Acordem, todos os professores
É hora de ensinar de uma nova maneira
Talvez então eles ouvirão
O que vocês têm a dizer
Porque são eles que estão chegando
E o mundo está nas mãos deles
Quando você ensina as crianças
Ensina a eles o melhor que puder
O mundo não vai ficar melhor
Se o abandonarmos, não, não, não
O mundo não vai ficar melhor
Nós temos que mudar, é
Só você e eu
Acordem, todos os médicos
Deixem os idosos bem
São eles que sofrem
E que ficam com o inferno
Mas eles não têm muito tempo
Antes do dia do julgamento final
Então por que você não os deixa felizes
Antes que eles morram?
Acordem, todos os construtores
É hora de construir uma nova terra
Sei que podemos fazer isso
Se todos dermos uma mão
A única coisa que temos que fazer
É colocarmos isso na nossa cabeça
Certamente as coisas vão dar certo
Elas funcionam toda vez
O mundo não vai ficar melhor
Se o abandonarmos, não, não, não
O mundo não vai ficar melhor
Nós temos que mudar, é
Só você e eu
É a hora de Deus
De manhã eu acordo
Só pelo sopro da vida já agradeço ao meu Criador
Mamãe diz que eu vivo do tráfico
Eu só penso em prédios e terras
Você diz que nos levará de volta ao nosso lugar
Tento escrever uma música doce como um salmo
Embora eu seja do tipo que carrega um fardo pesado e
abre o coração
Mesmo quando eu caí, eu acreditei em Deus
Nós somos os dias
Temos que percorrer o labirinto e a estação incrível
Temos que alimentá-las e criá-las
Estações são asiáticas
Terremotos, guerras e fofocas
Quero que a gente se dê bem
Mas nós somos mais do que mero consumidores
Somos mais do que atiradores
Mais do que saqueadores
Criados nessa imagem
Para que Deus viva através de nós
E mesmo nessa geração que só vive por computador
Só o amor, amor, amor pode nos reiniciar
Vamos lá
Acordem, pessoal
Acordem, pessoal
Preciso de ajude, aí
Sim, preciso, preciso de uma ajudinha
Aí, pessoal, preciso de uma ajudinha
Acordem, pessoal
Acordem, pessoal
Acordem, pessoal
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
SARAU DA COOPERIFA
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
SARAU DA COOPERIFA - 10 ANOS

SARAU DA COOPERIFA - 10 ANOS
*atenção para os horários
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23 de fevereiro Quarta- feira
20hs: grupo Vocal "A QUATRO VOZES"
20hs45: SARAU DA COOPERIFA
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Bar do Zé Batidão
Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Jd. Guarujá
Periferia - SP
F: 58917403
*Sobre o espetáculo:
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O grupo vocal A QUATRO VOZES, formado pelas irmãs Dora, Jurema e Jussara e sua sobrinha Thatiana, acompanhadas de um quarteto de instrumentistas – buscam fazer música popular brasileira de maneira apaixonada. A necessidade da música em suas vidas é herança da mãe, que cantarolava enquanto colhia café, no interior de Minas Gerais, encantando o coração do pai, então militar que fazia guarda por perto. Com determinação e paixão buscaram oportunidades para expressar um trabalho, fruto de dedicação, estudo e pesquisa da cultura brasileira. De igrejas e manifestações populares, passam a apresentar-se em festivais e bares, já em São Paulo. Música expressada com liberdade, interação e envolvimento social e com arranjos vocais trabalhados em quatro timbres
SARAU RAP ESTÁ DE VOLTA NESTA QUINTA-FEIRA!

SARAU RAP - Poesia das ruas
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Dia 24 de fevereiro (quinta-feira) 19hs30
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Projeto "Poesia das Ruas" Ritmo e Poesia.
O Projeto Poesia das Ruas é um sarau dirigido a rimadores e rimadoras do Rap.
É um espaço para o exercício da criação poética.
Sem música, MCs declamarão suas letras, compartilhando talento literário.
Iniciativa do poeta Sergio Vaz,o Sarau do Rap é realizado em parceria com a Ação Educativa
e acontece toda última quinta-feira do mês.
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Fundador e coordenador do Sarau da Cooperifa, Vaz, pretende buscar,através da oralidade, umincentivo para a criação poética.
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Rap é ritmo e poesia (rythman and poetry).
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Ação Educativa
Rua: General Jardim, 660 - Vila Buarque - SP
Entrada: Gratuita
Capacidade de lotação: 200 pessoas
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
RELANÇAMENTO DO LIVRO "COLECIONADOR DE PEDRAS" NO SARAU DA COOPERIFA
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MANIFESTO CULTURAL
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VEM AÍ...
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
UNIDOS DA PEDRA DO REINO

UNIDOS DA PEDRA DO REINO - SÉRGIO VAZ
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Pois é povo lindo e inteligente deste país, depois de mais um ano de espera ,até que enfim é Carnaval. Dizem alguns que no país o ano só começa depois das folias de Momo. Para alguns eu acho que sim, para outros acho que o ano nunca começa como devia ter começado.
Mas enfim, como a vida sempre desafina, são aqueles que seguram as cordas é que mantem os trios életricos nos trilhos.
O Carnaval é o Prozac do país, por onde quer que você olhe as pessoas estão felizes. Ou parecem que estão. Sei lá, deixa a cuíca roncar, não quero atravessar o samba de ninguém, só queria entender o refrão.
Nunca fui um folião do tipo confete e serpentina, ou Pierrot diante de qualquer Colombina, o samba nunca esteve ou passou pelos meus pés, sambando estou mais para o robocop.
Passista frustado, as minhas fantasias coloco na vida real.
Sem brilho nenhum, nunca tirei dez em nenhum quesito qualquer, mas apesar da falta de ginga, como quase todo brasileiro, também gosto de Carnaval.
Pena eu não ser uma cria da avenida como realmente gostaria de ser. Queria que cada veia minha fosse uma corda de cavaquinho, e mesmo sem saber batucar em caixa de fósforo, já quis ser mestre de bateria e atear fogo no ouvido da multidão. Mas tenho que admitir que estou muito mais para quarta-feira de cinzas do que praça da apoteóse.
O Carnaval é quando o povo decreta a felicidade, nem que seja apenas, por quatro míseros dias.
Falando em escolas de samba -essa beleza fantástica criada pelas mãos calejadas e abençoadas pelo suor do povo brasileiro-, parece que elas saíram das aventuras do livro de Ariano Suassuna “A pedra do reino", e os seus personagens parece que foram escritos especialmente pela alas dos compositores Mário Quintana do cavaco, Manoel de Barros do pandeiro e Eduardo Galeano do morro da poesia.
Se liga nos nomes que atravessam a avenida com uma caneta atravessa o papel: pavilhão, mestre-sala e porta-bandeira, ala das baianas, harmonia, evolução, mestre de bateria, rainhas e princesas, carro alegórico, tamborim, alegoria, abre-alas, comissão de frente, velha-guarda, e por aí segue o poema.
Essas palavras, todas elas, rimam com gente simples, que é um outro poema bonito de se ler.
Por ter sido sempre da ala da melancolia, o carnaval soa pra mim como um velho samba antigo na voz triste do mestre Cartola, e o meu coração, esse puxador de samba da memória, mais parece um velho palhaço perdido no meio do salão.
Nesse mundão velho e fora de ritmo, o povo brasileiro é o único que consegue transformar sofrimento em festa, sem usurpar a alegria de ninguém.
E com o suor pisado no rosto e o sangue escorrendo nos pés, a gente entoa um mantra do Jair Rodrigues como se implorasse aos céus:
“... tristeeeeza por favor vai embora.”
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
MANIFESTO CONTRA O RACISMO NO BANCO DO BRASIL
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LUCIANO DIMIS DA SILVA foi à agência do BANCO DO BRASIL, situada à Rua Rego Freitas, n. 530, República, São Paulo-SP, no dia 09 de fevereiro de 2011, por volta das 14h30, para descontar seu salário pago em cheque pela Ação Educativa no valor de R$ 504,00 (quinhentos e quatro reais). Na porta giratória que dá acesso aos caixas do Banco – onde descontaria o cheque e receberia o dinheiro em espécie – foi diversas vezes barrado: não havia armário para colocar sua mochila, em que levava um computador portátil (Laptop).
Após abrir várias vezes a mochila, todos os bolsos e mostrar que não levava nenhum objeto que oferecesse risco à segurança do banco, os seguranças ainda assim o impediram de entrar. Enquanto estava com a mochila apoiada no chão e aberta, a segurança feminina que estava ao seu lado chamou um Policial Militar que passava fora da agência.
O Policial Militar, por sua vez, revistou novamente sua mochila, onde não achou nada. Após LUCIANO DIMIS DA SILVA perguntar para o PM se ele podia entrar na agência, ele disse “vamos para o canto para eu te revistar”.
Determinou arbitrariamente que ele fosse até a parede e colocasse suas mãos na cabeça, quando o revistou, no saguão interno do banco, ao lado dos caixas. No canto, disse em tom agressivo, com o dedo em sua cara, coisas do tipo: “Você precisa me respeitar!”, “Coloca a mão para trás!”, “Cala a boca!”, “Se eu quiser, se eu mandar, eu posso até te deixar pelado aqui!”, “Só fala depois de mim; cala a boca!”, “Se você não calar a boca, eu vou te algemar aqui!”. Neste momento, sentou-se no chão, pois suas pernas estavam trêmulas, e continuava recebendo ordens e “lições de moral” do Policial.
Após todo esse embate, LUCIANO não tentou mais entrar no Banco, nem receber o dinheiro de seu cheque, o que está provado pela cópia que acompanha este documento. O Policial Militar disse: “isso aqui não problema de cor, de religião, nem de nada.” ao que o LUCIANO respondeu:
“Quem está falando em cor aqui é o senhor!”. Saiu do banco humilhado e atordoado, esqueceu seu RG, que estava com o Policial, e que teve que voltar para pegar.
O impedimento de entrar no Banco seguido das inúmeras humilhações às quais foi submetido são completamente injustificados – dado que ele não levava nenhuma arma ou instrumento que pudesse colocar o Banco em risco – e não se negou a abrir a sua mochila para mostrar o conteúdo.
NOITE MÁGICA NO SARAU DA COOPERIFA: TEATRO E POESIA
Povo lindo, povo inteligente,
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as noites de quartas-feiras nunca mais foram as mesmas, pelo menos para nós Cooperiféricos, desde outubro de 2001, há dez anos, e parece que daqui a mais dez anos elas nunca mais serão iguais. Haverá sempre uma quarta-feira mais mágica do que a outra.
Haverá sempre um brilho diferente no olhar das pessoas que frequentam o sarau, um brilho que só a poesia é capaz de imprimir em nossas almas.
Não, a vida não é, e nunca foi fácil, mas sem a nossa dose semanal de poesia, poderia ser muito pior. Para quem ainda não entendeu, o Sarau da Cooperifa é isso: a luta por dias melhores na periferia.
E pra noite ficar mais linda do que sempre foi, tivemos antes do sarau a honra e o privilégio de assistir o espetáculo teatral "Solano trindade e suas negras poesia" com a Cia Capulanas de Arte Negra, que instintivamente inaugurou uma nova empreitada da Cooperifa, o Teatro na Laje. Aguardem.
A Cia Capulanas levou tudo que teve direito à laje do Zé Batidão, em termos de produção, som e imagem. O quintal da Cooperifa se rendeu à dramaturgia das guerreiras(os), e deve ter gente aplaudindo até agora. Bravo! Bravíssimo!
Sob a a benção do poeta Solano Trindade o sarau entrou noite adentro, e mais ma vez a comunidade lotou o bar, e a poesia encharcou-nos de honra e dignidade, como tem feito desde o início, há dez anos, quando ela era apenas coadjuvante em nossas vidas. À Poesia, tudo!
É isso. As noites do Sarau da Cooperifa tem sido nossos melhores dias.
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Uma década de atividades culturais na periferia de São Paulo,
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Sergio Vaz
Vira-lata da literatura