.
A COOPERIFA PARECIA A EMBAIXADA DA PERIFERIA
UH, COOPERIFA! UH, COOPERIFA!
.
Povo lindo, povo inteligente,.
toda quarta-feira, há 9 anos, quando saio de casa para ir ao sarau da Cooperifa me dá um friozinho na barriga, como se fosse a minha primeira vez, ou, o primeiro sarau. Por isso saio de casa sem saber o que a noite reserva para o meu coração, e você sabem, coração de poeta não bate, só apanha. Outro dia ouvi alguém dizer que coração de poeta é terra que ninguém pisa. Bem capaz.
Mas ontem aconteceu algo meio diferente, meu coração parece que ia sair da boca quando cheguei lá pelas 20hs e o bagulho já estava lotadaço de jovens. Dentro do bar, em frente, na praça, parecia o fórum da juventude. Lindo.
O mais louco é que uma das escolas veio com um ônibus fretado com mais ou menos com uns 50 alunos, e sabe qual é a distância da escola para o sarau? Apenas 1,5 km. Isso mesmo, as escolas estão fazendo excursões para teatro, parques, museus, etc. e para o sarau da Cooperifa, não é da hora uma excursão onde as pessoas estão reunidas para ouvir e falar poesia?
Estamos numa felicidade só, a Cooperifa, a quebrada e as escolas tudo numa mesma sintonia, comungando do mesmo propósito que é difundir a literatura e incentivar à leitura na periferia. Para quem não sabe, tudo que a Cooperifa faz, é pensando em levar progresso na comunidade. Sempre.
Muitas vezes cometemos erros, mas é sempre pensando em acertar. Já disse e repito: "Quem ama erra."
Se a noite já estava prometendo... Ainda tivemos o lançamento da Antologia do Coletivo do sarau da Brasa que somou com a gente nesta noite linda e lançou seu 6º livro mostrando que a importância do trabalho que realizam na zona norte. Também tivemos a exposição de desenhos do Ganu, grafiteiro da região.
Vixe, era tanta gente, que se a gente for nomear vai acabar esquecendo.
A Ingrid, nossa amiga que está indo embora para sua terra natal que é a Alemanha debutou no sarau com uma poesia maravilhosa que terminava assim: "É isso memo."
Veio o Reinaldo Pomponet (Eletrocooperativa e ganhador do prêmio TRIP) com seus amigos da Índia e África do Sul, a Késsia dos EUA, Aline do Rio, Harumi de Campinas, Jairo Pereira de Suzano, Brechó da Vila Madalena, Rocha da Zona Norte, Robson Canto de Heliópolis, Rodrigo Ciríaco da Zona leste, Gaspar Záfrica Brasil, Zinho Trindade de Embu das Artes, Fernando da Fundão, fora o nosso time cooperiférico que é de todo lugar de Sao Paulo, do Brasil e do mundo, e por aí vai.
A Cooperifa parecia a embaixada da periferia, gente de todo lugar, mas falando uma só língua.
O destino é cruel com os covardes e o tempo carrasco dos mentirosos, estamos perdendo o medo, e em busca da verdade, da nossa verdade. Acho que a gente está descobrindo como sonhar com as mãos. Ah, outra coisa, quem ama a quebrada, não aceita derrota. Né não?
A Periferia não é apenas um lugar, é um sentimento.
.
Amo esse lugar. Amo essa pessoas.
.
Sergio Vaz
Vira-lata da literatura
.
.
Boa Tarde, Vaz!
ResponderExcluirEu fico a imaginar o que seria de mim sem o Sarau e o Cinema da Laje da Cooperifa, com eles vieram novos amigos, novos saraus, novos encantos pela vida, novos conhecimentos e principalmente o verdadeiro gosto pela leitura, leitura essa, da nossa gente, do nosso povo periférico, poder estar perto de cada escritor, conversar, dar risadas, se emocionar, cada um a seu modo, com suas características, as quais só têm somado para o meu crescimento interno. Às vezes paro num canto e fico fora do ar à contemplar os bons momentos que passei e tenho passado com a Cooperifa, nem tudo são flores, mas os espinhos, a gente poda, cada rosa que murchar, com certeza milhares estão a se multiplicar.
O que mais me emociona é o afeto de muitas pessoas, neste mês faz cinco anos que frequento a Cooperifa, e agradeço a uma prova ferrada de psicologia na faculdade, em que voltei pra casa atordoada, mas felizmente pra mim, no meio do caminho tinha o sarau Cooperifa, não pensei duas vezes, vou tomar uma breja pra aliviar minha angústia, mas pra minha surpresa e alegria, eu tomei um porre de poesias e energia positiva, depois daquele dia, foi e é difícil ficar longe de todos, como já disse antes - “nem tudo são flores", mas no meu jardim, procurarei regá-lo da melhor forma possível, para que jamais possa secar o amor e o carinho que tenho por todos que conheci neste lugar MÁGICO.
Obriga por me deixar fazer parte de tudo isso.
Muuuuuuita LUZ pra todos nós!